sexta-feira, 22 de setembro de 2017

                                         
LIVRARIA DO JUCA OU  JUCA DA LIVRARIA.
             Primeira parte:  A Livraria.
         No final dos anos 30, Carlos Guedes Ramos montou a Livraria Santa Catarina, na Rua Raulino Horn, centro da cidade.
    Com oito anos de idade, em 1939, o menino José Carlos Guedes Ramos, o Juquinha, passou a ajudar o pai, na livraria. Vinha a pé, do bairro Magalhães.

Passou boa parte de sua infância, em meio aos livros, tendo como companheiros de lazer, Batman, Ferdinando, Tarzan, Super-homem, a turma do Almanaque do Tico-Tico, Pato Donald e tantos outros.





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 Na hora da soneca, Juquinha improvisava o travesseiro, empilhando alguns volumes dos clássicos  da coleção “ Os Audazes

 E, foi assim, que a Livraria Santa Catarina tornou-se uma referência, na região.
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Tempo de guerra na Europa. A intelectualidade local reunia-se na livraria. Antônio Faísca era o primeiro a chegar com as últimas notícias. Ângelo Novi, Alceu Medeiros, Zeca Freitas, Remi Firmino, Ruben Ulysséa, Manoel Américo de Barros, Mario Mattos e outros.
Os jornais do Rio de Janeiro, Correio da Manhã, Jornal do Brasil e Última Hora eram disputados pela clientela.
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Lembro-me, de uma polêmica ideológica, quando a livraria passou a receber o jornal comunista “Classe Operária”. Erlindo Amboni fiel  adepto do integralismo, protestou. Fez uma vaquinha entre os seguidores de Plínio Salgado e, também, garantiu a assinatura do jornal “ A Offensiva”.                               E, assim, na Livraria do Juca  foi promulgada a democracia da informação, entre fascistas e comunistas.




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A Livraria do Juca muda de casa, permanecendo na mesma rua. A freguesia mudou um pouco. Saul Baião, Aurélio Rotolo, Márcio Rodrigues, Valmir Guedes Junior, José Paulo Arantes, Paulo Carneiro, etc.
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___ Mãe, estou precisando de material escolar.
___ Vai na Livraria do Juca, compra, e manda “marcar” pra mãe. E, não esqueça do caderno “Avante”.




Entre os apreciadores dos livros de farwest destacamos Nicanor Nunes  e  Nildo Ulysséa.




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As revistas da moda tinham presença garantida, semanalmente.




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José Carlos Guedes Ramos, o Juquinha da Livraria, transformou-se  no maior livreiro desta cidade. Mesmo não sendo uma pessoa letrada, mantinha em seu estoque, exemplares de todos os últimos lançamentos literários.
Em suas prateleiras você encontrava de tudo, desde Balzac  a Dostoiévski. De Alexandre Dumas a Jorge Amado.
Lado a lado, o freguês encontrava  a boneca Emília de papo com a Chapeuzinho Vermelho.
A Livraria foi a paixão do Juca, durante mais de 60 anos. Uma vida a serviço da educação e da cultura.
Vocês não concordam comigo, quando digo, que o Juca da Livraria merecia ser homenageado com nome de rua?
                                                                
           Segunda  parte: JUQUINHA DA LIVRARIA

      Nesta segunda parte falarei do Juca, e de histórias que os livros não contam.
Juquinha, boêmio, elegante e versátil, socialmente. Sócios de todos os Clubes da terrinha.
Só bebia cerveja Antártica.  Por sua fidelidade, ganhou da cervejaria, como prêmio, alguns engradados do produto.
Traje noturno:  Imaculado terno branco de linho 120.
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A  “Irmandade da cuia” reunia-se na chácara dos Borges, vizinha à mansão da família Mussi, no Mar-Grosso.
Borges era Oficial de Justiça.
Naquele sábado, Juquinha foi nomeado  “Guardião da Irmandade”, em ato presidido pelo Promotor Público, Dr. Cavalazzi, com a seguinte recomendação:
___ Só terá acesso à  chácara quem tomar um gole de  cachaça pura, servida numa cuia de coco.
Uma exigência estatutária.
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Antes do meio-dia, Manoel Américo de Barros, escrivão do crime e relações públicas da Comarca,  foi chamado para resolver um impasse no portão de entrada.
___ O cidadão recusa-se a beber a “senha,” na cuia.
___ Juca, não poderias dispensar nosso ilustre convidado, desse ritual?
Juquinha estava inflexível:
___ A lei é para todos!
O médico Paulo Carneiro tentou argumentar, afinal o visitante era o Ministro Francisco Galotti, famoso “ Chico Tostão”.
___ Sem batismo não se entra no céu.
E, assim, foi feito, Gallotti e comitiva foram batizados pelo fogo sagrado da cachaça na cuia.
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Por mais que a noitada fosse festiva e varasse a madrugada, Juca jamais deixou de cumprir seu compromisso:  abrir a livraria às 8,00 horas em ponto.
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Para o amor não existe idade certa.  Já no outono de suas existências o cupido os atingiu com a flexada da paixão.  Juca da Livraria e Abgail Pereira ( Bega) casaram-se, com os votos de felicidades enviados por alguns dos heróis dos quadrinhos:
                  




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Acabaram-se os tempos de boêmia e a turma não perdoou, dizendo:
Juquinha trocou a Baga pela Bega.
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Anos depois, morria o Juca da Livraria, nos braços de sua Bega.
          Dona Bega,  e a cunhada Zaira, nos finais de semana, encontram-se na Pizzaria Chedão, para um papo descontraído.
Gente feliz que sabe que cumpriu sua missão nesta vida. 

OS QUADRINHOS E A POLÍTICA



___ Dizem, que o PLUTO é o personagem preferido dos políticos brasileiros.

___ Então é por isso que existem tantos FILHOS DA PLUTA EM BRASÍLIA...
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INVASÃO DE DIVISAS

 Este é o moderno Porto de Imbituba



ESTA É A PONTA DE ITAPERUBÁ



Foto de Liliana-Londrina.



Que seria um marco divisório entre os municípios de Laguna e Imbituba.
A praia do lado sul, pertence a Laguna e a do norte, mais populosa, pertenceria a Imbituba.

                                    



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     Há controvérsias!    Uma engronha que se arrasta há décadas.
         Semana passada, prefeitos de ambos os municípios, estiveram reunidos para tratar do velho problema.
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PRAIA DO IRÓ
  A estrada do Iró é curta, estreita, sinuosa e sem acostamento. 
Resumindo: Perigosa. Quase todo o tráfego da avenida Marronzinho desemboca ali.
    A administração passada anunciou a execução de projeto,  que pretendia implodir uma das rochas na encosta do morro.
O secretário de Planejamento faleceu, prematuramente, e nunca mais se falou no assunto.
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  SEMANA DOS MUSEUS  




_No museu Anita Garibaldi tem um quadro, pintura a óleo, do nosso conterrâneo e ex-governador Colombo Machado Salles.
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Doutor Colombo, quando vinha a Laguna gostava de passear pelas ruas de sua cidade, colhendo lembranças.
Contam, que certa ocasião, ele foi ao museu. Diante do quadro com o seu retrato, perguntou a mocinha que o ciceroneava:
___ Quem é este cidadão?
___ Lagunense que foi governador do estado. Parece que já morreu...
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Doutor Colombo deve ter saído do prédio, fazendo figa, pois  continua vivo e saudável.
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