terça-feira, 27 de fevereiro de 2018



                                                 
                                           A SEPARAÇÃO

Foram vinte e quatro anos de uma união
perfeita, feliz. Quase um quarto de século passado na Laguna.
Encontraram-se pela primeira vez, defronte à Matriz. Foi  amor a primeira vista.

Romântico foi seu primeiro passeio. Queriam ser vistos por todos, dividir sua alegria.
__ Ao seu lado, disse-me ele, maravilhei-me  com o pôr do sol visto das  docas.

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Com a chegada dos filhos, renovava-se a alegria de viver. Levá-los à escola, à praia, à faculdade.
      Mas, nem tudo são flores, a estrada da vida é cheia de curvas  tortuosas e, às vezes, não basta a perícia  de um para evitar acidentes.
Quantas vezes não necessitamos  de um empurrãozinho, para não parar no meio do caminho, recarregar as baterias quando tudo parece morrer.
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Mesmo sabendo-se, que nada na vida é eterno, separação era coisa que nunca passou pela cabeça deles. Até aquele dia em que os próprios filhos sugeriram a separação.
__ Como divorciar-se daquela joia, que ainda mantinhas suas linhas esculturais, o mesmo brilho nos olhos, e as cores de sua juventude, além de ser de família de nobre estirpe, irmã de Diplomata e prima de Comodoro.
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Ele, certa  ocasião, sofreu assédio de uma tal de Mercedes, viuva, e já com muitos quilômetros rodados, filha de ilustre família alemã.
Resistiu. Fidelidade acima de tudo.
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E, agora, queriam que ele escolhesse um par mais novo,  modelo 94, com air bag duplo, e farol de milha?
Uma semana depois consumou-se a sepração, sob protesto. O senhor WALTER BAUNGARTEN, finalmente, consentiu em vender seu OPALA mod 74, recebendo em troca, dos filhos, um carro bem mais novo.
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A despedida foi emocionante. Do  porta-malas foram saindo as tralhas mais estranhas, além do macaco, estilo King-Kong, surgiram duas lanternas, 30 metros de corda, correntes, esteiras, pás, enxada ( tudo que seria necessário para desatolar veículos na praia), além de cocas para pesca de siris, etc, etc.
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O Opala, companheiro de tantos anos, com pintura de fábrica e motor original desceu a rampa, vagarosamente, enquanto lá da garagem o “seu” Walter assobiava a valsa da despedida.
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Obs.:   Crônica escrita em 12.6.1998 e publicada pelo jornal “ Tribuna Lagunense” de Valmir Guedes.
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Na foto abaixo, em 2.018, a educadora Amélia Baungarten Baião, filha do Walter, em sua residência, vendo o bloco passar.


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A LAGUNA DEPOIS DO CARNAVAL

HOTELARIA
Sócio de hotel na Praia do Mar-Grosso estava desanimado com o movimento na última temporada. Além da baixa taxa de ocupação a  exorbitante carga tributária é mais um fator desestimulante.
Uma reunião da diretória poderá, até, decidir pelo fechamento do hotel.
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DESATIVAÇÃO DA ADR .
Decreto ainda repercute na cidade. É a tricentenária Laguna, perdendo autonomia.
Veja o caso da Gerência de Educação. Professores e diretores terão que se deslocar para a cidade de Tubarão para resolver os mínimos problemas?
Um retrocesso. No passado tínhamos as UCREs. A Educação tinha o seu próprio órgão representativo sediado no município.
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SAÚDE -  A gerência de Saude da ADR presta inestimáveis serviços à população, de maneira eficiente e discreta.
O povo será o mais prejudicado. Pensem nisto.
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Em caso de  reativação desses serviços no município, o pessoal poderia instalar-se no prédio onde, até bem pouco tempo, o prefeito Mauro tinha o seu gabinete.


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SEGURANÇA PÚBLICA
Governador Eduardo Moreira promete investir na Segurança Pública.
Em Laguna a frota de veículos está sucateada. Só este ano duas viaturas pegaram fogo, quando estavam em serviço.
Se continuar assim, nossos policiais terão que fazer ronda, escoltados por um carro de bombeiro.





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EXAME OFTALMOLÓGICO
O asfalto das curvas do Iró, obra terminada há menos de dois meses e custou cerca de 374 mil reais já apresentou alguns problemas:
___ Vereador Preto Crippa, in loco, afirmou, que o asfalto estaria cedendo em determinado trecho.
___ Serviço de drenagem ineficaz. Pista ficou alagada. Empresa teria tentado desafiar a Lei da Gravidade ao colocar a “boca de lobo” acima da vertente que corre do morro.
Solução?:
___ Consultar um oftalmo para tratar daquele “ OLHO D`ÁGUA”.
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                  O ÚLTIMO VOO DA ASA BRANCA


O prefeito Walmor de Oliveira (1956/59) com  uma administração voltada para o social tratou de implantar no município o SAPS e o SAMDU.
O SAPS (Cobal) era um armazém que  vendia produtos  por preços mais em conta.
SAMDU – Ambulâncias que levavam o médico até à residência do paciente.                                                                    Para atender a demanda o prefeito teve que importar médicos. Foi quando aportou por aqui, a convite, o médico João Romão do Nascimento.
Aportou e ficou. Casou-se com Ana Maria com quem teve  três filhos.
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SAMDU foi desativado, mas o Dr. João, nordestino simpático e  afável, integrou-se à comunidade lagunense, conquistando o respeito e a amizade de todos.
   Agora, o  Dr. João, também, partiu. Faleceu aos 88 anos.
                                    ======                                                                                            Como na música de Luis Gonzaga, um dia, até a Asa Branca bateu asas e voou.

“Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Depois eu disse, adeus  Aninha
Guarda contigo meu coração”
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terça-feira, 20 de fevereiro de 2018



                                 
                            DA LAGUNA PARA O PALÁCIO DA                                                   AGRONÔMICA
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Com o fim do Estado Novo  (Era Vargas) 1937/1945, e a posse do General Eurico Gaspar Dutra em  1946,
O país retornava à normalidade democrática.



  1947 – Época dos grandes comícios

No palanque armado na praça, os oradores se revezavam. Mais importantes que apresentação dos atuais Planos de Governo, verdadeiras peças de ficção, o bom tribuno tinha o poder do convencimento. Hipnotizava a multidão.
Armando Calil Bulos e Volnei Colaço de Oliveira foram destaques na arte de empolgar pelo dom da palavra.
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Na Laguna, Silvio Moreira (UDN), tio do governador Eduardo Moreira, disputava com o comerciante Alberto Crippa (PSD) a Prefeitura da Laguna.
Silvio  era o candidato do povão. Após os comícios o povo o levava em passeata pelas ruas da cidade.
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O  eleitor urbano correspondeu às expectativas, porém, o eleitorado da Zona da Mata era controlado por cabos eleitorais do PSD:
___ Pedro Francisco da Silva, no distrito da Pescaria Brava.  Aparício, na Cabeçuda, Fernandino comandava a Caputera e Sargi  Abrahão  a região de Araçatuba.
Alberto Crippa (PSD) foi o eleito.
    A “ Marcha das Apurações” era transmitida pelos alto-falantes da Rádio Difusora.
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Eu participei dos comícios e das passeatas, talvez por isso, lembrei-me dos fatos,  na semana em que Eduardo Pinho Moreira, sobrinho de Silvio Moreira, assume  como  Governador do Estado Catarinense, com todas as condições de consolidar sua candidatura ao governo nas próximas eleições, garantindo mandato por mais quatro anos.
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Na galeria de fotos dos governadores, Eduardo Moreira estará ao lado de outros lagunenses que também tiveram a insigne honra.
São eles:
Raulino Horn
João Guimarães PINHO
Colombo Machado Salles
E,  os desembargadores, presidentes do Tribunal de Justiça:
João da Silva Medeiros filho e
Antônio Fernando do Amaral e Silva.
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FILME ANTIGO


CRÉDITO  Sérgio Honorato


Cine Teatro Mussi em noite de sessão das moças. Senhoras e senhoritas pagavam, apenas, meia- entrada.
    No detalhe, o carrinho de pipoca.
O dono do carrinho da marca “Cruzeiro do  Sul”  distribuía brindes.                                                                                                        Dentro de cada saquinho havia uma letra. Quem completasse as palavras “cruzeiro do sul”  ganhava pipoca de graça.
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EDUCAÇÃO  E AGRICULTURA
No interior do município de Laguna, principalmente, no distrito de Ribeirão Pequeno, por falta de alunos no curso primário, as escolas municipais de Bananal e Morro Grande correm o risco de fechar.
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A Secretária de Educação bem que poderia passar o  problema  para a Secretaria de Agricultura.
__ Por quê?
___ Deve estar faltando estimulo à plantação da  “mandioca”. Aí pode estar a raiz da questão.
NOVO ROTEIRO TURÍSTICO
Passeio pelas ruínas históricas, algumas do tempo do “rei” Everaldo da “Babilônia”.
    Passeio começa pelo campo do LEC. Incendiado por vândalos.
 
Em seguida, uma visita ao antigo PAM – Unidade de Saúde Municipal, ainda, no bairro Magalhães.
Na Paixão, os turistas podem conhecer os armazéns abandonados dos Moinhos de beneficiamento de arroz e de farinha e de alguns frigoríficos.
Já, no Centro Histórico visitaremos os prédios do Arquivo Público, Casa de Anita, Mercado Público e Casa dos dois cachorros de porcelana, todos fechados.

Detalhe: a árvore, no alto do prédio, é resquício do famoso “jardim suspenso da Babilônia”.


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Ícones da belle époque, Sociedades Recreativas Congresso e Blondin, entregue às baratas, ou cupins.
No jardim Calheiros da Graça, uma pausa para oração pela “alma” da Árvore de Anita, falecida há alguns anos.
No Bairro Progresso ( Roseta) passagem rápida pelo que sobrou do Centro Social Urbano, completamente depredado.


Na Vila Cohab, a Unidade de Saúde é dormitório de marginais.
O passeio termina no prédio da antiga Estação Ferroviária, no bairro Campo de Fora. A Secretaria Municipal de Obras já funcionou naquele local.
Abandonada. Já botaram, até, fogo.
Em Laguna, o descaso, também, tem história.
                                                                                                   DIVISAS – O Secretário Municipal de Turismo,
entusiasmado com o sucesso do carnaval lagunense, diz, que agora é hora de trazer divisas para o município.
Apoiando a idéia, o prefeito Mauro acredita na  instalação do Colégio Militar em nossa cidade. Projeto que garante muitas “divisas”.


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VEGASSEXUAIS
Marcelo Fleury, em sua coluna no “DC”        diz que os Veganos não fazem sexo com carnívoros.Receio de contaminação por proteína animal.

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Novidade nenhuma, para os vegetarianos a transa sempre foi uma salada.
A parceira sempre gostou de “ ver dura”. O sexo é bom “pra xuxu”.
Amendoim é o afrodisíaco preferido.
“Mamão” ou “limão”  sempre fizeram parte do jogo de sedução.
A maçã não foi a fruta do pecado?
Discriminação:   por quê os tomates ficam de fora e a mandioca pode “entrar”?
Para refazer as energias, o energético indicado é: água de coco.
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PERFIL DO TURISTA QUE VISITOU LAGUNA.
57,7%   eram catarinenses. 15,3% , gaúchos.
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TIPOS DE HOSPEDAGEM:
56,9 %  - Em imóveis próprios ou em imóvel de parentes e amigos.
23,1%  -  em hotéis e similares
19,2 % - em imóveis alugados.
Números que devem ser considerados para o planejamento turístico do próximo ano.
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terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

                                                 

                                        CARNAVAL EM LAGUNA
                                             




                 
  
                 Bloco da Pracinha, 40 anos de folia.
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As  sociedades recreativas, Blondin e Congresso Lagunense, no Centro Histórico,  há muito que fecharam suas portas. Os prédios estão abandonados.
Muita gente estranhou ao ouvir uma banda tocando músicas de carnaval, no  Clube Blondin.
Foi no sábado à tarde.                                                                   Seria algum ritual, tentando ressuscitar o espírito carnavalesco que tanto animou  os bailes naquela sociedade? 

Não se tratava de ressurreição e sim do nascimento do Bloco Bafo de Urso destinado a reviver o carnaval do Centro Histórico.

                                                                                     

Lenira, Salete e Brigitte chegaram antes da banda.

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Após o baileco, na quadra do Blondin, a bandinha levou os foliões num passeio pelas ruas do centro.

                   

Enquanto o Dr. Silvinho comandava a Ala de Frente, Maria Amélia e a Salete  iam cantando a marchinha:                                                                                                                           

                                 “ É DOS CARECAS QUE ELAS GOSTAM MAIS...”
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Na praia do Mar Grosso, os blocos Rosa, Pangaré  e Skentaí, anunciam suas atrações:




DOMINGO DE CARNAVAL


DIA DO BLOCO DA PRACINHA –O maior e mais democrático bloco da cidade. Este ano o público superou o de anos anteriores.
O “ esquenta” é na Praça Souza França, Magalhães. Começa devagar, como um  riacho em sua nascente mas, a medida que segue seu curso em direção ao mar, vai recebendo reforço dos afluentes, de todos os lados, torna-se um rio caudaloso.
De todas as bandas vão surgindo figuras coloridas cada qual exibindo suas fantasias.                                                                            Este ano tivemos uma invasão de “super heróis”, inclusive um super-homem, de muleta e alguns sheik  das arábias:



                                      Mano e Arthur.
                           

“Atrás  do trio- elétrico só não vai quem já morreu”.

No Bloco da Pracinha a coisa muda. São os trios que correm atrás da multidão.
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Este ano, por problemas de saúde, estive ameaçado de não comparecer à pasarela do Bloco da Pracinha.
Na última hora resolvi enfrentar a longa jornada momesca, porém, assim, como diria Martinho da Vila, “devagar, devagar, devagarinho”.
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Antes de embarcar um click na turma.




Minha filha Brigitte, Lenira e sua neta Bruna, o casal Wladimir e Matilde e a Salete minha esposa.


Nas fotos abaixo vocês conseguem adivinhar onde é que eu estou?










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Deficiências anotadas:  as mesmas de todos os anos,  o som.
Os foliões que começam a ocupar a Avenida Getulio Vargas desde as 15 horas, da Pracinha  até a Estátua ( Monumento ao Trabalhador) ficam a mercê dos sons colocados por moradores da rua ou de algum veículo estacionado nas vias transversais.
O Bloco da Pracinha merece um sistema de sonorização, com caixas de som colocadas, pelo menos, até ao supermercado Tiele.
Quem sabe no próximo carnaval.

DESFILE NOTA  10
    Os blocos de Celesc, Casan e Segurança Pública garantiram tranqüilidade e paz  durante o carnaval na Laguna.
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NOTA 10 – Também para a multidão que ocupou  cada metro quadrado da cidade e soube  divertir-se, com alegria, bom humor e muita criatividade. Claro que houve alguns excessos mais, afinal, o que seria da vida, sem pecado.
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                                                                                                                                                                                                          A quarta-feira de Cinzas está chegando. Hora de retornar à realidade e torcer para que o Brasil reencontre o caminho do progresso e da paz social.
    Ano de Copa  do Mundo e de Eleições.  Que os políticos safados sejam chutados para escanteio.
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O BRASIL É COMO UMA CAIXA D`ÁGUA,  NÃO FUNCIONA SEM “LADRÃO”.

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domingo, 4 de fevereiro de 2018




                                       

                        O REINO DAS PERERECAS
                                     Apresenta:
                     O CARNAVAL DOS BICHOS

  

 





  O PAVÃO  é o grande destaque na passarela. 
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A Secretaria de Saúde e Bem Estar Social
Adverte:  
                                                                                       
     ___ Cuidado com o “ Pinto Loco”. Solte a Franga, mas proteja a “ Periquita”.


Na hora de “ afogar o Ganso”, deixe o Peru de fora.


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Conselho do Papagaio: 
 ___ Só dê o pé,  o amor de carnaval é efêmero.                        Não conte com o Ovo no fiofó da Galinha, pois você, minha amiga, é quem vai acabar pagando o Pato.
Seguindo as recomendações, quando o Galo cantar, anunciando a quarta-feira de Cinzas, você terá a certeza de que a “Perereca” não foi “pro brejo”.

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                                                                                                           A VIÚVA E O DEFUNTO.
          Crônica baseada em fatos reais.

 

“Quando eu morrer, não quero choro e nem vela, Quero uma fita amarela, gravada com o nome dela”.
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A verdade é que não se faz mais viúva como antigamente.
O luto fechado, com as viúvas vestidas de preto dos pés a cabeça, há muito que caiu de moda.


Nossa personagem de hoje é uma exceção.
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                                                                                                     O falecimento do esposo deixou dona Maria, completamente desarvorada, um peixe fora  d água.                                                                                                                          Após mais de 35 anos  de um casamento feliz,
     com os filhos casados e independentes, ela ficou só, e com dificuldades para refazer a vida, afinal de contas, dona Maria pertencia a geração das “ amélias”, uma prenda doméstica cuja tarefa era, lavar, costurar, cozinhar, cuidar dos filhos e atender a todos os desejos do esposo.



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Agora, ali estava ela, num apartamento, diante da televisão, revivendo suas saudosas lembranças.
Além de ir à missa aos domingos, pouco saía de casa. Astral em baixa.
Fazer terapia? Participar das reuniões de Grupos da Terceira Idade?
Relutava, sempre arranjava uma desculpa.
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Finalmente, um dia, levada pela mão de uma parenta, aceitou em fazer terapia, aulas de ginástica aeróbica e de hidromassagens, ideal para reativar os neurônios e reacender o fogo de viver, diziam.
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Ao sair de casa  sempre dizia ao porteiro do prédio aonde ia, como se ainda necessitasse de um síndico em sua vida.
Certa tarde de domingo ela retornou ao apartamento, bem animadinha.
___ Fui a uma domingueira da Terceira Idade, informou ao porteiro, e até dancei um pouquinho.
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Tempos depois, um “coroa”, já meio usado, passou a lhe fazer a corte.
Para dona Maria estimular a aproximação de um homem, era como trair o falecido, uma espécie de “adultério póstumo”.
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Certo dia ela voltou, de noite, lá pelas 22 horas. Parece, que o tal coroa estava ficando mais íntimo.
___ Fui a um velório, disse ela ao porteiro.
Nos meses seguintes, dona Maria compareceu a inúmeros velórios noturnos.
___ Estaria fazendo um bico, como carpideira?
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Finalmente, numa noite, o porteiro a viu chegar acompanhada de um cavalheiro. O homem era magro, alto e caminhava com andar trôpego. Como se diz por aí, o fulano estava “ bem atrasadinho”.
Ela, praticamente, o amparava.
Mas, como diz o adágio popular, quem ama o feio, bonito lhe parece.
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Assim que o casal sumiu no elevador, chega o zelador, curioso, como sempre, indagando:
___Ela já retornou do velório de hoje?

___ Não só retornou, como, desta vez, trouxe o “defunto”...
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                  TURISMO AO PÉ DA LETRA




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                         APETITE INSACIÁVEL





Quando eles chegam, aos milhares, e pousam na Lagoa Santo Antônio dos Anjos, comendo tudo que encontram, os  bagrinhos procuram abrigo, até em tocas de joaninha.
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                O TOUREIRO  AVACALHADO.
                  Histórias do carnaval lagunense. 

 



Os antigos blocos do carnaval de rua, para driblar a carência de recursos, apelavam para a criatividade, e também para a improvisação.
Com o “ Mangueira,” tradicional bloco  do Morro do Hospital, não era diferente.
Se faltava grana sobrava animação.  Os instrumentos de sopro de Bentinho e Jacinto não deixavam a peteca cair.
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Naquele ano havia mais otimismo na sede do “Mangueira”. Com um pouco de dinheiro a mais  no caixa, o carnavalesco entusiasmou-se  e decidiu botar o bloco na rua, com fantasias de toureiro.
Gastou demais com o chapéu, gibão dourado e capas de cetim vermelho.
Faltou dinheiro  para os “finalmentes”...
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Waldemar da Macaca e Bentinho, que pintavam os cartazes para o Cine Mussi, foram convocados, às pressas, com a missão de pintar as meias nas pernas dos toureiros de momo.
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Começaram o desfile com muito garbo. Bentinho, no piston, sapecou  “ El toureador” da ópera Carmem.
O boi de mamão, travestido de touro miura, investiu contra o toureiro que se esquivava com elegância, arrancando aplausos do público.
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A chuva caiu, inesperadamente.  Um forte aguaceiro despencou sobre o bloco levando, canela abaixo toda a tinta das meias, borrando a dignidade do toureiro.
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                                         LAGUNA E SUA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA                                                  MORRO D...