ANIVERSÁRIO DA LAGUNA
1.676 – 2.017
Domingos de Brito Peixoto, fundador de Laguna, fazia parte do
time dos Bandeirantes.
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A primeira coisa que fez ao chegar a nossa Santa Terrinha foi acomodar a imagem
de Santo Antônio dos Anjos em sua capelinha, construída no sopé do morro.
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A povoa de
Laguna ia de vento em popa, porém, Brito Peixoto recebe uma nova missão: Levar o Brasil mais para o sul. E, lá fomos
nós, ajudar a povoar o Rio Grande.
Orientando-se
pelo mapa fornecido pelo ex-prefeito
Cadorin, seguindo o caminho dos tropeiros, a expedição de Brito chegou até
Viamão, promovendo, ali, a título de comemoração, o primeiro Grenal da
história.
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O
bandeirante aprendeu a gostar do feijão tropeiro. Anos depois, o Governo
Imperial, achando que estava por cima da carne seca, aumentou os impostos sobre
o charque riograndense.
Os gaúchos
reagiram, e iniciaram uma revolução que durou cerca de 10 anos.
E, ainda,
dizem, que a carne é fraca.
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Pelo Tratado
de Tordesilhas a Província Cisplatina (atual Uruguai) pertencia a Argentina.
Dom João VI, o primeiro “coxinha” do Brasil, resolveu entrar na disputa pela
posse da Cisplatina.
Para manter uma guerra insana Dom
Pedro I torrou o dinheiro do Império, até a Domitila teve que amargar um jejum,
de cama e mesa.
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Novamente,
sobrou prá nós. A Vila de Laguna, posto
mais avançado da Coroa Portuguesa, foi para o sacrifício. Homens foram convocados, cabeças de gado
foram requisitadas para alimentar a tropa.
A Vila ficou
pobre e vazia, só com mulheres e crianças.
Dívida que o
Governo Central nunca nos pagou.
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Domingo na beira do cais.
Enquanto aguardava seus convidados,
Domingos de Brito Peixoto contemplava o belíssimo pôr do sol.
Ele ansiava
por saber o que de mais importante teria acontecido com sua Laguna nesses 341
anos de existência.
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Cadorin e
Ivete compareceram a caráter,
Jairo
Barcelos não deixou por menos.
Com eles, Brito Peixoto ficaria por dentro dos
detalhes sobre a saga farroupilha em Laguna.
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Soube dos
lanchões transportados em carros de boi
e, também, da aventura do Seival, navegando pelos rios da
Carniça, pegando os imperiais de surpresa. Os caramurus foram apanhados de calça na mão.
Através de
vídeos das encenações da “Tomada de Laguna” e da “A República”. Brito Peixoto acompanhou assombrado, as cenas de batalha; a
proclamação da República
Juliana e o
surgimento da Heroína Anita, combatendo ao lado de Giuseppe Garibaldi.
Ainda
emocionado com o que presenciara
Brito
Peixoto deu uma circulada pela cidade e ficou feliz com o que viu.
Como bom
fantasma, ele circulou por sobre os
morros...
E desejou conhecer a Praia do Mar-Grosso,
seguindo pelo
A DESPEDIDA
Desejando a todos os moradores da Laguna, parabéns pelo
aniversário da cidade, Brito Peixoto fez um apelo aos administradores do
município:
Durante a Semana Cultural coloquem telões em alguns
pontos da cidade para exibição de vídeos
sobre a “Tomada da Laguna” e a “República”.
O povo precisa sentir orgulho de sua terra e
reconhecer a importância dessa gente para a história do Brasil.
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Em “Off” ele nos
segredou que torce pelo surgimento de novas lideranças, cujas performances na
vida pública estejam a altura da grandeza desta terra.
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O ESCAFANDRO
Vereador
Tono Laureano, atualmente, respondendo pela Secretaria de Pesca e Agricultura
está, realmente, fazendo um bom trabalho. O homem chupa cana e assobia, ao
mesmo tempo.
Dizem, que
já conseguia, até, uma pequena draga para limpeza dos rios de nosso sistema
lagunar. Antiga reivindicação dos pescadores e agricultores da região.
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Contaram-me,
que a Secretária Municipal de
Administração e Finanças foi surpreendida com o pedido.
Tono
Laureano pedia autorização para comprar um ESCAFANDRO.
Tono está a
fim de mergulhar no canal da barra da
Laguna e examinar, in loco, os obstáculos que impedem o aumento de calado de nossa barra.
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Uma vez
diagnosticado o problema Tono tomará as medidas cabíveis.
Elvis Palma teria sido contratado para
fotografar a operação.
Parece que já topou. Comprou até
peruca.
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LAGUNA –
NOSSA TERRA, NOSSA GENTE
DE PÉS JUNTOS
O cemitério
da Irmandade de Santo Antônio dos Anjos da Laguna, localizado logo atrás da
Matriz, é guardado a sete chaves.
No portão,
um cadeado tenta impedir a entrada de
vândalos e coibir encontros cuja
finalidade nada tem a ver com a vida dos mortos.
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Há uns anos,
não era assim, o portão ficava aberto, e qualquer pessoa podia entrar e sair,
desde que estivesse viva, naturalmente.
Nossa história
se passa naquele tempo.
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Duas
senhoras subiram a rampa, que as levava ao Campo Santo. Nos braços, lindos
arranjos florais, feitos com flores naturais.
Diante dos
túmulos de seus entes queridos, após uma rápida faxina no local, elas
ajoelharam-se para orar.
O rosário
rezado com contrição. Cada mistério meditado com devoção.
O silêncio
ajudava a concentração...
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Súbito,
ouviu-se um suspiro profundo seguido de um suave gemido.
___ Deve ser
alguém chorando seus mortos, pensaram elas.
Os gemidos foram aumentando em número de
decibéis. Ouviram-se vozes sussurrando.
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Seriam necrófilos, violentando corpos
indefesos?
Para
disfarçar a preocupação passaram a rezar em voz alta.
Os gemidos
ficaram mais intensos e os “ais”
pareciam mais de prazer do que de dor.
As rezadeiras lançaram um olhar em volta,
procurando descobrir a origem daqueles sentidos “ais”.
E viram!
Pés juntos
surgiam por detrás de um túmulo de mármore.
___ Seriam
recém falecidos à espera do coveiro?
__ Mas,
esperem, havia algo de estranho naqueles
pés juntos...
___ Por quê? O cemitério não é a Cidade dos Pés Juntos?
___ Não
daquela maneira, um pé com os dedos para cima e o outro, com o calcanhar para o
alto.
___ Meu
Deus, um está em cima do outro. Estão transando no cemitério...
Nessas
alturas já tinha gemido para todo gosto.
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Nossas duas
amigas interromperam o rosário e, de pé, de mãos postas, no melhor estilo “
Exército da Salvação”, em voz alta, quase aos berros, sapecaram o Glória,
Glória, ALELUIA.
A música ecoou de sepulcro em sepulcro.
Um banho de
água fria nos amantes, enquanto ele recolhia o ferro, ela baixava os panos, e cada um deles abandonou a “cena
do crime” à sua maneira. O homem pulou o muro, e a mulher saiu pelo portão,
quase correndo, tentando esconder o rosto. Inutilmente. Era casada e, ao
passar, deixou um cheiro de chifre queimado no ar.
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Esta é uma
história verídica. Dizem, que a mulher jurava de pés juntos, que ia,
semanalmente, ao cemitério, pagar promessa.
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Parabéns Munir, com suas estória salpicadas de picardia. Um abraço.
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