Laguna era,
assim, no final de década de 50. Rodoviária e posto de gasolina no Centro.
Docas já com sinais de assoreamento. Trilhos que levava a histórica “máquina 7”, Maria-fumaça
que conduzia os operários até ao Porto Carvoeiro.
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Na Lagoa
Santo Antônio dos Anjos, o hidroavião da TABA, tranquilamente, aguarda o embarque dos passageiros.
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A Usina da
CBCA (Companhia Brasileira Carbonífera Araranguá) era a responsável pela
geração e distribuição da energia elétrica na
Terra de Anita.
A velha
usina, após cirurgia plástica, patrocinada pelo BNDES, foi entregue à sociedade
lagunense, de cara nova. Prontinha para receber o Memorial Tordesilhas.
Fofoquinhas de comadres fizeram
circular pela cidade, o boato de que a Antiga Usina dera o calote no governo.
Ficou
bonitinha mas, ordinária. Não fez a devida prestação de contas.
Na foto
abaixo, a antiga subestação da CBCA,
escritório local da empresa, atualmente, um Centro de Artesanato.
A
atual Agência da Celesc, na Rua Duque de Caxias, Centro Histórico de Laguna,
foi residência do empresário Carlos Remor.
Com as fotos
das mais diversas edificações eu pretendi construir o cenário de minha história,
de hoje.
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Naqueles
tempos, a luz apagava mais do que acendia. Nos cinemas, os filmes, praticamente,
eram exibidos em capítulos. Dizem, que a
fita “ E o vento levou,” conseguiu chegar ao seu final, após sete dias de sessões contínuas. Ninguém saia
de casa sem levar uma lanterna. O apagão era rotineiro.
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Os
eletricistas da companhia, bem mereciam o título de “mãe do ano” , pois era com muito sacrifício que
conseguiam dar a luz.
Sem as
técnicas modernas, qualquer interrupção
os obrigava a “correr a linha”, palmo a palmo, por todo o interior do
município. Muitas vezes, de bicicleta, e
com a escada no ombro.
Em noites de
tempestade lá iam eles, pelo banhado da Estiva, ou percorrendo a linha que
corria por sobre a ponte de ferro, em Cabeçuda.
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Qualquer
chuvisco, precedido de uma semanada de vento nordeste forte isolava os
canecos, com areia e muito salitre. O
blecaute era inevitável.
Foram anos e
anos desse pisca-pisca infernal.
“Sorriso”, Cesar Correa, Zé Orelhinha,
Montiel Cobra, Mário Zuquinalli e o Chefe ITA, foram alguns dos heróis desse
tempo.
Eram os eletricistas da CBCA muito requisitados para
solucionar problemas elétricos em residências.
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Um desses
homens, um dos mais idôneos e respeitáveis, foi contratado para trocar as
instalações numa dessas mansões do século passado.
Serviço
demorado. A escada foi aberta no meio da sala. O forro ficava a uns cinco
metros de altura.
“Seo” Ita só
trabalhava, após o expediente. Com o tempo, a escada já fazia parte da mobília
da casa.
Certa tarde, quando nosso técnico,
acocorado no alto da escada, isolava
alguns fios, a moça entrou no recinto e, antes que o eletricista pudesse
pigarrear uma advertência ela começou a tirar a roupa, enquanto ensaiava alguns
passos de dança.
As peças de roupa iam caindo pelo chão. A
calcinha foi a última a deslizar perna abaixo.
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Diante de
tanta energia, o eletricista suava em bicas. Estático e com medo. Quase nem
respirava.
___ E, se
a moça olhasse para cima?
___ O que
pensariam sua esposa e filhos?
___E, a
gozação dos colegas da substação? O “Orelhinha” com certeza iria chamá-lo de
“tarado da escada”.
Sua
reputação estava por um fio. Ficou em estado de choque.
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Finalmente,
a moça, após descarregar todas as suas baterias, sumiu do aposento.
O
eletricista, com as pernas bambas, fugiu às pressas, abandonando até sua caixa
de ferramentas.
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Sem
dúvida nenhuma, aquela foi a mais
emocionante trepada de sua vida profissional...
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ASAS
DE ANJO
No Sinédrio
Legislativo, alguns sacerdotes do Templo foram convocados para julgar um dos membros do Conselho.
A eles
caberia opinar se o acusado mereceria, ou não, usar um par de asas de anjo.
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Os sumos
sacerdotes Rodrigo Moraes, Roomening Rodrigues e Adilson Paulino, à luz dos fatos
“terrenos” concluíram que Roberto C.
Alves era inocente, portanto, digno de
usar Asas de Anjo.
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Se os ilustres membros do Conselho tivessem
consultado o irmão Rogério, leitor assíduo dos Livros Sagrados teriam sido lembrados de que o diabo, também,
já foi Anjo, com asas e tudo.
Vereador
Roberto Alves já bateu asas. Novamente licenciado da Câmara. Assumiu o suplente
Tavinho.
Esperto.
Caso seu caso vá à Plenário garante mais um voto a seu favor.
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CAPIVARA
Todos elogiam o carinho com que os moradores cuidam da sua praça numa comunidade do bairro Mato Alto, entrada da cidade.
Um brinco.
No entanto,
até o colunista Zé Mala, no jornal “Correio”
estranhou a colocação, ali, de um monumento homenageando a Capivara.
___ O que a
cidade tem a ver com esse roedor?
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Amigo Zé
Mala, o problema não é a capivara, mas, o local.
Se estivesse sido colocada no jardim Calheiros
da Graça, Praça da Matriz, a homenagem seria mais que merecida.
Um cidadão
conhecido pela alcunha de “CAPIVARA”, durante décadas cuidou sozinho, daquele
logradouro Público, com carinho e dedicação Com
certeza, o saudoso “Capivara” estará
plantando saudades no Jardim do Paraíso.
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ESGOTO NA
PRAIA
O MAL É DE
NASCENÇA.
E, tudo
começa na Prefeitura.
___ Quem
autoriza a construção de prédios e outras edificações?
___ Quem dá
o “ Habite-se” ?
Segundo
consta, não existe na Prefeitura uma equipe de técnicos especializados em analise dos projetos de instalações
elétricas e hidro-sanitárias.
Tudo nas
coxas. Quem entra pelo cano é o povo.
Mais
tarde, quando a coisa estoura, contratam uma empresa para minimizar os efeitos,
mas, continuam sem atacar as causas...
VAMOS DEIXAR
A BELA PRAIA DO MAR-GROSSO A MERCÊ DO DESCASO?
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CHEGA DE
TAPUME
O vento nordeste deu um basta. Com uma
rajada jogou no chão, o tapume do
mercado público.
O caminho
foi aberto. Que a sociedade faça a sua parte, e que se crie uma Comissão para
verificar in loco, as reais condições do Mercado, e o que precisa ser feito
para colocá-lo em funcionamento. JÁ!
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