NA BOCA DA
NOITE
Quando o sol
se põe na Lagoa de Santo Antônio dos Anjos, e a sombra da noite começa a cobrir
o calçadão da Rua 15 de novembro, o lusco-fusco desperta nossas lembranças.
O coração da
cidade palpitava naquela rua. O sorvete da Miscelânea com seus múltiplos
sabores.
O salão de sinuca do Nonô, a lavanderia do Noé, o Zé
barbeiro, engraxataria do Jujú, banca de revistas do Batista e, na esquina, a
alfaiataria do seo Aladim. O ferro de passar era colocado na calçada. O vento
nordeste soprava, e as fagulhas rolavam pela rua.
O Café Tupi
teimava em sobreviver.
Nas noites
calmas, dona Lidia ao piano inundava o ar, com seus acordes.
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A rua
modernizou-se. Virou calçadão, com dois restaurantes, farmácia, lanchonete e
lojas, porém, o sol no poente continua com o mesmo brilho, o otimismo de quem
sabe que o Amanhã é Eterno.
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MEIO
AMBIENTE
O SEXO DO
BOTO
Dar nomes
aos botos é uma tradição dos pescadores do canal da barra da Laguna.
Década de
50.
Um boto
jovem, irrequieto e com incrível mobilidade, atuava em
todos os pesqueiros da lagoa, do Pontal ao Areal, e com muitas incursões pelo
Rio Tubarão. Numa
alusão ao Juscelino Kubitschek, presidente que estava sempre viajando,
batizaram o boto com o nome de Juscelino.
Anos mais
tarde descobriram, que o Juscelino era uma
fêmea.
O boto era “
bota”.
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MAIS VALE UM
PÁSSARO NA MÃO
QUE O IBAMA
NO PÉ.
O freguês estava interessado em pássaros.
Entendia do assunto e sabia muito bem o que queria.
O
comerciante, vislumbrando bons negócios,
esmerou-se no atendimento.
Foi
mostrando gaiolas, viveiros, alçapões e toda espécie de pássaros existentes em
seu estoque.
O comprador
separou várias aves, e puxou a carteira, de identificação.
Ele era
Fiscal do Ibama.
O alvoroço
tomou conta da mata, digo, do armazém, pois o homem do Meio Ambiente ameaçava
confiscar tudo, inclusive o Sabiá de estimação, mascote da Casa.
__ E, o
Curió, campeão de sua raça, com CD gravado. O que fazer para salvá-lo?
Num descuido
do Fiscal, a braguilha foi aberta e o passarinho foi enfiado ali, sublocando a
cueca.
Quando o
homem do governo já se preparava para fazer uma revista completa, a esposa do
proprietário chegou, disposta a agir em
defesa do passarinho do marido.
___ Por
favor, gritou ela, colocando as mãos no meio das pernas do esposo, tapando a
gaiola improvisada.
___ Este
passarinho é só meu, alimentado com ração caseira, e de uso exclusivo, a
serviço da patroa.
É
propriedade particular. Mexer aqui, sem mandado, é invasão de propriedade.
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O Fiscal
recuou, e passou a catalogar outras aves mais desprotegidas.
O home fez a
limpa e, só não levou a periquita da vizinha porque ela estava na muda, bem
depenada, até com o “sobre” de fora.
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No dia
seguinte, foi a vez da esposa do comerciante denunciar o Fiscal à Polícia
Ambiental por crime contra o meio ambiente.
O
dito Fiscal estava no Restaurante PARDAL`s, comendo Frango a Passarinho.
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CABO DE SANTA MARTA PEQUENO
Uma audiência
pública decide o destino das edificações
na Praia da Galheta .
O que
ninguém pode desapropriar são nossas lembranças.
O SOLUÇO DA PERERECA
Estávamos acampados no alto do morro da
Galheta. Um piquenique em família. Enquanto os
homens pescavam no costão, as mulheres preparavam os temperos para o caldo de
peixe.
Cazuza
cortava a garoupa em postas, Edi e Alvinho foram buscar água.
No interior
de uma gruta, uma fonte de onde brotava água fresca e pura.
Ao lado,
sobre a vegetação rasteira, Alvinho viu
uma perereca. Agarrou-a já pensando em
pregar uma peça na mulherada.
A tentar tirar a bichinha do bolso, a saltitante
perereca deu um pulo, e caiu no interior da panela do cozido.
Ninguém
percebeu o mergulho da rãnzinha. Um ingrediente a mais na comida.
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Na hora da
sesta alguém teve o sono interrompido por uma crise de soluços.
Indigestão
de perereca?
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O Ministério
do Meio Ambiente adverte:
___ Comer
perereca escondido faz mal à saúde.
Aviso aos casais: Se
um dos cônjuges acordar com soluços pode
ser sinal de que a “vaca foi pro brejo”,
com chifre e tudo.
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1.878 a 2.018
- 140 ANOS DA IMPRENSA LAGUNENSE;
No dia 28 de setembro de 1878 começava a
circular o jornal “ O MUNICÍPIO”.
O Primeiro
jornal impresso na Laguna, em tipografia própria, instalada à Rua Tenente
Bessa.
O
“Pirilampo” foi o pioneiro, mas era impresso em Desterro ( Floripa) e teve vida
efêmera.
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Seu
proprietário era o professor Prezalino Lery
dos Santos. O “ Município” participou,
ativamente, da campanha em prol de construção do atual prédio do Hospital
Senhor dos Passos.
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