terça-feira, 24 de outubro de 2017

                                                                   
                
           NOS TEMPOS DO DRAGÃO VERDE.

 

                            UM VELÓRIO ERÓTICO.
                              (baseado em fatos reais)

                                         1ª  Parte

                O caminhoneiro


Pelas estradas da vida, grudado ao volante, o motorista levava seu caminhão em sua faina diária e estressante.
     Após engolir centenas de quilômetros de estradas,  ele resolve descansar num hotel de beira de  estrada, de nome sugestivo:

     DRAGÃO VERDE


Estacionou ao lado da placa de PARE -           
 
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A moça, que o levou para o quarto, com a experiência de muitos quilômetros rodados, permitiu que o motorista circulasse por todas as vias, públicas e privadas, e trafegasse  pelas curvas, em todas as direções.
Sinal verde.
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Nos braços do amor ele acelerou como se fosse um piloto de Fórmula Um, em busca de seu grande prêmio.
Gemeu nos freios, ultrapassou seus próprios limites, ignorando todas  as regras de segurança.
O motor não suportou, ele derrapou na subida,  e capotou, de forma definitiva, sobre a pista, ou melhor, em cima da moça.
     Minutos depois já chegava morto ao hospital de Laguna.
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Na enfermaria, já despido, deitado de costas sobre a eça, o defunto logo tornou-se o assunto do dia naquele nosocômio.
A mulherada ficou excitada. O motorista surpreendido pela morte, em plena transa, nem teve tempo de recolher seu instrumento de trabalho.
Seu “pinto” continuava duro e firme, rígido e forte, apontando para o teto.
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A freira de plantão, balbuciando jaculatórias, numa tentativa de exorcizar o pecado, mandou que o cobrisse  com um lençol, até que se encontrasse alguma outra solução.
Foi pior a emenda que o soneto, com o lençol  jogado sobre a estaca, o falecido, literalmente, armou sua barraca.
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Infrutíferas foram todas as tentativas para fazer o falecido “ baixar o pito”.
Até o motorista do táxi, que fazia ponto no hospital, foi convocado a dar uma mãozinha.
Quem sabe ele pudesse movimentar o câmbio do extinto, e deixar o dito cujo em “ponto morto”.
Inutilmente, o poste continuava mais firme  que pau de sebo em terreiro de festa junina.
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Mais agitação naquela casa de saúde.
A esposa, residente em outro estado, acabava de chegar, e inteirava-se das circunstâncias em que seu esposo havia morrido.
     Diante do fenômeno e, alegando preceitos religiosos sobre a mutilação de cadáveres, a esposa manifestou-se contra a idéia de se cortar o membro que teimava em ficar de pé.
___ E, o caixão?
Como não havia tempo hábil para fabricação de um, sob medida, com janelinha na região do baixo ventre, a urna teria que ficar sem a tampa, aberta, como um barquinho de um mastro só...
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                  2ª parte.

                    A fama.

O morto ganhava notoriedade. Na cidade  não se falava noutra coisa.
Em romaria muita gente subiu o morro do hospital para apreciar o monumento. Surgiu até uma beata, tentando liderar um movimento em prol da beatificação  do Falo Sobrenatural.
Fotos, com receitas no verso, eram vendidas no local.
O membro, irreverente e teimoso logo se transformou em símbolo da fertilidade imortal.
Virou  esperança para as mulheres que não conseguiam ter filhos.
___ Um toque no “durinho” é gravidez na certa, garantiam os adeptos das “simpatias”.
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Na Praça dos Aposentados, onde habita muita gente viva, com “aquilo” morto, o tal morto com “aquilo” vivo  foi transformado em herói. O espírito do macho  que permanecia, vivo, muito além das fronteiras da morte.

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No velório, os problemas continuavam.

A viúva, católica, desejava  que a encomendação do corpo fosse feita por um padre.
___ Missa de corpo presente, nem pensar, imaginem o sacerdote  aspergindo água benta sobre aquela “ torre de pizza”?



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Pensou-se, então, em convocar os decoradores da cidade, para com um toque de criatividade, disfarçar o “ peru” imortal.
Projetos foram apresentados.
Um deles sugeria que o tal Cambuim, em homenagem ao nosso folclore, fosse ornamentado como um  Pau de Fita.
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A idéia vencedora transformava o esquife, no Titanic. Na proa, um casal de pombinhos.
___ E,  o mastro?
__ Decorado com espadas de São Jorge, derrotando o dragão.
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                            EPÍLOGO

Finalmente, o féretro iniciou sua última caminhada. Nunca se viu tanta “ coroa” em um enterro.
Nunca um “pinto” foi tão desejado como  “coberta d`alma”.
     Diante do túmulo, um respeitoso silêncio, mas, quando o “ Titanic,” finalmente, encontrou sua última morada a multidão não conteve seus suspiros de pesar.
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Dias mais tarde...
      Conforme relatório do Bizorro, administrador do cemitério, a sepultura do motorista teria sido violada.
     Extra-oficialmente, comentou-se à boca pequena, que o famoso defunto havia sido capado, durante à noite.
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E, quem sabe, ainda hoje, em algum lugar, conservado em formol, num garrafão, utilizado em rituais de magia e erotismo, o “mandiocão” da vítima do Dragão Verde, ainda possa estar sendo útil aos carentes das encruzilhadas.
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sábado, 21 de outubro de 2017

                                                                         
                                                                 DIA DAS BRUXAS

  HALLOWEEN -                                                                                     Dia das bruxas comemora-se no dia 31 de outubro.



      De acordo com as más línguas, na última sexta-feira, dia 13, uma poção mágica fervia em um  caldeirão colocado numa encruzilhada.
                                                                                                       Além de um sapo cururu, com a boca costurada, outros ingredientes misteriosos foram jogados na fervura, tais como: um fio de barba do Temer. Sobrancelha do Aécio, mala do Gedell, jóia do Cabral, dedo duro do Pallocci, Cerveró e Delcídio.
Cara de pau do Renan Calheiros, Jucá e Padilha. Cinismo do Gilmar Mendes e do Cunha. Populismo do Lula.
A intenção era, com auxílio das bruxas,  moldar o verdadeiro perfil do  atual político brasileiro.

Vejam o que saiu de dentro do caldeirão:

O famoso Bicho de sete cabeças!




Aparentemente um monstro imbatível, mas, assim como Davi derrotou o gigante Golias com uma simples pelotada, a fera política também tem seu ponto vulnerável:  O VOTO!

Se tivermos consciência de nossa força logo perceberemos, que o tal  Bicho de sete Cabeças é fruto do nosso  analfabetismo político.
O mal precisa começar a ser extirpado, na nascente, isto é, nos municípios onde a corrupção, também, é moeda de troca.
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AS BRUXAS DO BEM

   Na noite da  última sexta-feira 13,  elas passaram “assombrando” a minha rua.


 Não pareciam “ Malévolas”, isto é, nem todas.
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A bruxinha da maçã, que é a fada madrinha das Escolas de Samba da Laguna avisa aos crédulos e aos  incrédulos:

___ Se não houver desfile em 2.018,  NOSSA VINGANÇA SERÁ MALIGNA.





___ E, não adiante vir falar “abobrinhas"...

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E POR FALAR EM ASSOMBRAÇÃO... 
Numa eleição decidida por um voto, pleito em que um morto votou, Justiça confirma mandato do Prefeito de Pescaria Brava, Deyvinsonn de Souza. 
   Honorato, candidato derrotado, não se pronunciou.  Sua boca é um túmulo....
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Pelas circunstâncias prefeito Deyvinsonn deveria decretar o Dia de Finados, feriado municipal.


  DANÇA DAS CADEIRAS
Às portas da temporada de verão muda o Secretário de Turismo da Laguna.
Disputas nos bastidores. Gente de olho nas verbas que serão destinadas ao Carnaval de Praia.
Olho vivo no processo de licitação.
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DEPOIS DO FORTE APACHE, A GAMBIARRA. 



   Local: descida do morro da Nalha em direção à Fonte da Carioca.
   Prefeitura conseguiu verba de R$ 487.500,OO  para asfaltamento de trecho da rua Júlia Nascimento.
Só na descida do morro, para revirar o calçamento foram gastos cerca de  R$ 243.750,00 (28.8.17).

Os velhos buracos já estão de volta.                                                                                                                                             O restante da verba foi aplicado em que local?
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Com certeza, nossos edis, e demais autoridades já teriam pedido explicações ao Paço Municipal.
     Não adianta xingar o Planalto e o Congresso se não fizermos a lição de casa.
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O CURIÓ DO DOUTOR JORGE VOLPATO



Doutor Jorge Volpato juiz federal do trabalho, aposentado,  é um apreciador do belo canto das aves.
Seu curió é um campeão de sua raça, respeitado até mesmo pelo Trinca-Ferro do Bar do Carão.
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Certa manhã, o pássaro chilreava alegremente, de olho na periquita da vizinha, quando  foi atacado por um quiriquiri, gavião de garras afiadas.



O curió saiu ileso, porém, traumatizado, nunca mais cantou.

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Alguns ornitólogos de plantão sugeriram uma mudança de ares.
O curió foi passar algum tempo na casa de um vizinho.
Deu zebra.
A doméstica deixou a  gaiola cair.  A portinhola se abriu, e o passarinho, assustado, fugiu.
Uma semana depois retornou ao ninho antigo. Continuava mudinho.
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___ Isso é praga de urubu, diagnosticou  o ornitólogo Carão. No dia de São Francisco vou levá-lo a uma sessão de descarrego na tenda do caboclo passarinheiro.
Depois, é só aguardar.
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Ainda não tive informações sobre o  resultado do tratamento.
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TERREMOTO EM LAGUNA
      Valmir Guedes Junior, em seu famoso blog, apresentou um trabalho de pesquisa sobre os terremotos em Laguna.
      O de 1939 eu tenho algumas lembranças. Ia completar seis aninhos quando a terra tremeu, provocando rachaduras nas paredes das casas.
  Para nós, crianças, foi a maior curtição. Assunto  que durou, apenas, uma semana, no máximo. 
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domingo, 15 de outubro de 2017

                                               

                                                     LAGOA DE LUTO





Após a morte do quinto boto alguém colocou luto no monumento ao boto pescador, aliás, o dito cujo poderá ser a próxima vítima, pois o cano que o sustenta está, totalmente, enferrujado.
Uma rede, criminosamente esticada no meio do rio foi a causa mortis.
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Certa ocasião,  adormeci, e sonhei que estava, de pé, no cais, diante da Lagoa Santo Antônio dos Anjos. Era o  mês de abril, temperatura amena. A superfície da água , serena, refletia o azul do céu. Garças, gaivotas e biguás completavam o quadro poético.                                                                              Foi aí, que eu ousei “conversar” com os peixes e demais habitantes do nosso sistema lagunar.
    O BOTO foi o primeiro a chegar, trazendo vários representantes de nossa fauna aquática.
Não pode ficar para o bate-papo, pois tinha um compromisso social com os pescadores  do Pontal da Barra.
Era época de tainhas.

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Um LINGUADO, roliço, com mais de 15 quilos pediu a palavra e, linguarudo como sempre, soltou o verbo:

___ Moro nesta lagoa há muito tempo. Tive oportunidade de presenciar a visita de governadores, ministros, deputados, prefeitos, sempre acompanhados por um séquito de puxa-sacos.
Alguns  políticos bem intencionados, outros, a maioria, apenas populistas e demagogos.
Infelizmente, obras prioritárias que poderiam dar melhores condições de vida à lagoa, nunca  saíram do papel, concluiu o Linguado linguarudo.
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Uma GAROUPA, peixe sábio, dona de uma toca ao lado da escadinha, foi logo dizendo:


___ O povo, conhecido como ARRAIA miúda,  é sempre atraído pelo “engodo,” e acaba caindo na rede.

Acredita no político cabeça de BAGRE e acaba entregando o ouro para o MEXILHÃO que só pensa em “ ROBA-LO”.
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O CAMARÃO, em nome da classe, fez um relato sobre a importância da sua família na vida econômica e social da Laguna.

Terminou  sua exposição, indagando:
___ O que ganhamos com isto?
___ Uma lagoa poluída, assoreada, abandonada pelo Poder Público e entregue aos desmandos da pesca predatória.
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Discurso foi veementemente aplaudido pelo POLVO, com todos os seus tentáculos.


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O PEIXE-REI falou em renunciar ao mandato, pois se acha  muito coroa para liderar novas lutas. Sugeriu que o PEIXE-ESPADA   ocupasse seu cargo.
O SIRI, de garras afiadas, apoiou a mudança.
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A CARDOSA, disfarçada de SARDINHA, preferiu ficar no molho, sem sair da lata.
__ Uma OVA para os maus políticos, berrou a TAÍNHA.
___ Que eles botem a VIOLA no saco e pesquem votos em outra freguesia.
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PEIXES, CRUSTÁCEOS e simpatizantes que  nadavam em passeata, berraram em coro:
___ Políticos aventureiros são como “papa-iscas” e merecem  levar MANJUBA NO CARAPICU..

LULA, que tem como símbolo a ESTRELA DO MAR, anda meio arisco, desconfiado.

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O professor CAVALO MARINHO encerrou a conversa, sentenciando:
___ Para salvar as lagoas o povo precisa abandonar a postura de OSTRAS E MARISCOS, que não abrem o bico, mas ficam sempre agarrados ao rochedo do PODER.
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Apesar de assustado, confesso que acordei com vontade de comer peixe frito.  Até quando?????

TRANSTORNO À VISTA!
  Prefeito Mauro Candemil anuncia sua primeira grande obra, com recursos próprios:
___Recapeamento asfáltico da estrada do IRÓ no valor de R$ 374.892,86. Prazo para o término da obra: 90 dias.
A estrada do IRÓ, com cerca de 900 metros de extensão, estreita, sinuosa, sem acostamento e sem pista para pedestres, recebe todo o trânsito da Avenida Marronzinho em direção à Praia do Mar-Grosso.
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Com a obra, a  estrada do  Iró  ficará interditada até 15 de janeiro, aproximadamente. Em pleno verão, e com os seguintes eventos já programados.
- UNIVERSIPRAIAS, REVÈILLON E MOTO LAGUNA.
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            QUE TIPO DE BURRO SOMOS NÓS?




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Quando Zé Bode, um de nossos antigos “tipos populares,” passava, e alguém gritava:
___ Zé, tu és burro!
Ele, imediatamente, respondia:
___ SEMOS!  
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Os arautos do prefeito Mauro Candemil trombeteavam pelos meios de comunicação:
__ Prefeito Everaldo deixou uma dívida de mais de 35 milhões de reais, incluindo aí, débito com a Av. Marronzinho, atraso com fornecedores, prestação de contas das obras do Mercado Público e Memorial Tordesilhas, etc., e tal.
Além de auditorias no sistema municipal de saúde, secretários afastados por ordem judicial e outras cositas mais.
Uma herança maldita que reflete, negativamente, na atual administração municipal. 
                                                                                                 Pelo menos essa era a cantilena repetida por todos do Paço Municipal.
E, os burros, aqui, acreditando em tudo...
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Na semana que passou chegou  à Câmara Municipal a prestação de contas dos últimos anos do governo babilônico, com parecer contrário do Tribunal de Contas do Estado.

    Pois bem, com Parecer favorável dos líderes do governo Mauro, vereadores Kleber ( KEK) Lopes e Thiago Duarte, as contas FORAM APROVADAS, sem qualquer restrição.
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Era tudo mentira, então? Nada de herança maldita? 

Canonizado pelos  Membros da Comissão de  Finanças e Orçamento ( Kek, Thiago e Rhoomenig), Everaldo lépido e faceiro, deixou a Casa do Povo com auréola de santo.
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Só nos resta repetir a pergunta:

___ Que tipo de burros nós somos?

Como cantavam a crianças de antigamente somos
“ o burro tenente que leva carga, mas não sente”.
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terça-feira, 10 de outubro de 2017

                           
                                       LAGUNA CHEIA DE GARÇA






                                BARBEARIA                                                                                                  






Os primeiros barbeiros surgiram na Grécia Antiga, eram pessoas com grandes habilidades manuais, especialistas, também, em extração dentária, sangrias, etc.

Tempos em que bigode e barba eram símbolos  de honraria e sabedoria.
Somente no século XIX os barbeiros passaram a cuidar, somente, da aparência dos fregueses.
Barbearia sempre foi um local para um bom papo: conversar, filosofar, debater e fuxicar. 
O verbo “tesourar” virou sinônimo de futricar, fofocar, etc.
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Todo homem teve um barbeiro na sua vida, e  cujo nome não lhe sai da cabeça.
     No bairro do Magalhães,  Romeu exerceu a profissão por mais de 60 anos.  Sidney Pegorara se autodenominava “cirurgião estético capilar”.
  No Centro Histórico, o Salão do Zeca Varela reunia a nata da sociedade local.
Nico Cabelão, barbearia com som ao vivo. As madeixas caiam ao som do trinado do seu famoso sabiá.
Zé Barbeiro foi inigualável, tesoura e língua afiadas. Sempre tinha novidades, qualquer que fosse o assunto.
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Atanásio Silveira, o Fígaro, que varou no tempo. Único barbeiro a atuar no miolo do Centro Histórico.
Dizem, que ainda utiliza gumex, glostora e brilhantina no penteado da freguesia.






                       

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JAIR CABELEIREIRO
Proprietário de um moderno salão na Praia do Mar-Grosso.
        A história, que conto hoje, se passa no tempo em que seu salão, ainda, era no Centro Histórico, à rua Raulino Horn.
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Naquele dia, Jair, o mago da tesoura, trabalhava no sacrifício.
No salão, a freguesia de sempre, Ronaldo Calazans, Carlinhos Rollin, Edésio, Babá, Batista Abrahão, Léo.
Jair, gripado, trabalhava de máscara para evitar contágio do freguês com seus perdigotos voadores.
__ Isto não é mais gripe, já virou pneumonia. Sentenciou o Calazans.
__Tem sintomas de tuberculose, falou o Rollin
___O amor está debilitando teu sistema imunológico, advertiu o amigo Leo.
 Jair estava de namorada nova.
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Ignorando as comadres fofoqueiras, Jair, com maestria, utilizava seu instrumento de trabalho na bela e espessa cobertura capilar do Jackson Siqueira.
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Entre um espirro e outro, ouviu falar de um medicamento miraculoso, que era tiro e queda contra qualquer tipo de gripe, do tipo “levanta defunto”.
O remédio era vendido pelo conhecido “homem da cobra”, um cabra da peste, que mascateava a uma quadra dali. Muito bem recomendado pelo Edésio


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Deixando o freguês, ainda ensaboado, saiu em busca da panacéia.
Uma injeção cavalar nas nádegas arrochou a bochecha. Retornou ao salão, suando frio, mais vermelho que camarão cozido.
Levou a mão à cabeça e desmaiou.
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___ Choque anafilático, gritou alguém. Abana daqui, abana de lá, e nada do homem voltar a si.
Bito, proprietário da Ótica Werner, utilizando seus conhecimentos de ioga, fez a imposição das mãos. Inutilmente!
Chega a ambulância do Samu. Direto para o hospital. Sirene ligada.
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Notícias ruins, voam...
A namorada do Jair chegou ao salão, angustiada. Dirigiu-se ao hospital, mas chegou tarde...
__ Não está mais aqui, informou a enfermeira de plantão. A Dorsa o levou.
___ Dorsa?  Seria a Dorsa da lanchonete do  Mercado, ou a Dorsa da funerária?
                                    
___ O que teria acontecido?
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Ao chegar ao nosocômio Jair foi colocado numa cadeira de rodas e devidamente medicado.
Permaneceu algum tempo ali, no corredor, ainda meio sonolento. As moças, que passavam, faziam graça:
___ Se for falta de ar eu vou fazer respiração boca-a-boca.
Sentia-se com um galã. Sorria só de imaginar a cena.
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Nosso paciente, ao sentir o bafo morno de alguém se aproximando, preparou-se para o doce contato daqueles lábios quentes.
Arriscou um olho para ver o rosto daquele anjo, no exato momento em que o Pepinha abria a bocarra banguela para beijar o amigo e benfeitor.
Jair ficou bom, imediatamente. Desceu o morro, quase correndo, esqueceu até o pianço que estava sentindo.
Resumo hospitalar:
___ Não sabemos se o Jair  correu, antes, ou depois do primeiro beijo do Pepinha
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BOTANDO A VIOLA NO SACO.


Em Laguna duas Bandas Centenárias teimam em sobreviver, “União dos Artistas” e  “Carlos Gomes”.
Este ano, durante a festa do Padroeiro Santo Antônio dos Anjos, alguns políticos, importantes, no afã de fazer média com o santo ofereceram às duas corporações musicais, uma verba de 100 mil reais, para cada uma.
Dinheiro para reforma da sede,  compra de instrumentos e etc.
Oferta ganhou manchetes em jornais. Viralizou nas redes sociais.
Santo quando vê esmola demais, desconfia...
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Esta semana, ao cruzar o jardim Calheiros da Graça, encontrei o maestro Deroci.
___ Já receberam alguma coisa, perguntei.
___ Sim, recebemos, um ofício informando que no momento o estado está sem verba.
Em resumo, mandaram que botássemos a viola no saco e fôssemos cantar em outra freguesia.
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                                         LAGUNA E SUA ESTAÇÃO METEOROLÓGICA                                                  MORRO D...