59º ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO
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Munir e Salete. Casamos no início dos
anos 60, nove de janeiro, dia em que na
historia do Brasil ficou conhecido como o “ Dia do Fico”.
Na “Jovem Guarda” enquanto Cely Campeiro tomava “banho de Lua”,
Roberto Carlos já mandava “tudo pro inferno” ao trafegar pelas “ curvas da estrada de Santos”.
Na
moda, além das calças desbotadas surgia a minissaia e os biquínis.
Acompanhamos a revolução dos costumes
e a incrível evolução tecnológica nos meios de comunicação. A Internet e o whatsapp,
para os contemporâneos do radinho de pilha, parecem coisa do outro mundo.
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Cinquenta e nove anos se passaram desde aquela
manhã de janeiro. A cerimônia nupcial
foi na Matriz Santo Antônio dos anjos, no período matutino. Sábado.
A recepção na residência da noiva, localizada na Rua 15 de novembro
(hoje casa onde reside o professor Marega).
A comilança, toda preparada em casa,
utilizando-se inclusive as dependências da garagem. Só deram por sua falta horas antes do almoço. Um dos perus, já assados,
fora surrupiado durante a noite.
Eu, particularmente fiquei aliviado,
grato pela preferência gastronômica dos marginais, melhor levar o Peru do que o
Pinto.
A Lua de Mel estava garantida.
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“Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração”.
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Viver é como navegar sem bússola. Sobrevivemos graças a Deus, à União da Família e a Fé da Salete.
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A CONVERSÃO DE NERO
Minha esposa Salete faz as suas
caminhadas diárias, rezando, ao redor do
jardim da Praça da Matriz Santo Antônio dos Anjos.
Controla o tempo pelas Contas do
Rosário. Tal exercício recebeu de minha
filha caçula, Rosélis, o apelido de “ rosário olímpico”.
Após a caminhada, ela entra na Matriz
e ajoelha-se diante da Capela do Santíssimo Sacramento.
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Nero, nosso cachorro, vivia confinado
no quintal. Via a vida passar através das grades do portão, até o dia que
resolveu forçar a barra e saiu para umas caminhadas pela redondeza.
Nos primeiros dias daquele ano novo,
contrariando seu hábitos ele entrou na
igreja. Logo ele, que nem é “pastor” e tem o nome de NERO, o imperador romano
perseguidor de cristãos.
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Sem cerimônia, Nero invadiu o sagrado
recinto do templo. Quase tão gordo quanto
o Rabicó, leitão da boneca Emília, seus passos sobre o assoalho de
madeira produziam sons que o eco encarregou-se de amplificar. A intrusão colocou os fiéis na defensiva.
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Diante da Capela do Santíssimo ele
parou. Farejou o ar e aproximou-se da devota, ajoelhada, em preces. Era minha
esposa que tentou ignorá-lo. Pois o animal solto, acuado, poderia reavivar seus
instinto de vira-lata, cão de rua e, quem sabe reagindo com rebeldia.
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___ É o Nero! Disse alguém,
reconhecendo-o.
O animal caminhou pela nave, subiu as
escadas, abanou o rabo e deitou-se sob o altar-mor.
___ O Nero converteu-se?
Seu estágio contemplativo durou
pouco. Ergueu-se e caminhou em direção ao maravilhoso presépio armado
por dona Zeli.
___ E se Nero resolvesse atacar as
ovelhinhas?
___ Ou pior. Se aquele Nero fosse a reencarnação de Herodes?
___ O Menino Jesus estaria novamente
em perigo?
___ Não! A conversão de Nero era
verdadeira. Deitado, respeitoso, atento a tudo que acontecia ao redor. Em
certos momentos até bocejou, imitando alguns fiéis ao terem que ouvir homilias
chatas e sonolentas.
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Dona Salete saiu de fininho, seguida
pelo Nero.
Já na rua, o convertido Nero sucumbiu
ante as forças da natureza.
Uma graciosa cadelinha ainda com
cheiro de pet-shop o levou para o mau ( ou bom) caminho.
Os humanos buscam o Céu. O Nero
prefere o CIO...
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QUARENTA ANOS SE PASSARAM
Mário José Remor era o prefeito da
Laguna. Minha esposa Salete, de braços dados com a primeira-dama Gerusa foram
até à residência do empresário Santos
Guglielme, altos do morro do Iró.
___ O que elas queriam?
___ Um terreno no Mar Grosso para
construir a capela de Santa Terezinha. Católico, Santos Guglielme, imediatamente doou o terreno
onde hoje está edificada a capela. Construída com apoio dos devotos.
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Munir sempre bem humorado! É muito bom ler suas histórias!
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