quarta-feira, 9 de janeiro de 2019




                                     
                     59º  ANIVERSÁRIO DE CASAMENTO
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Munir e Salete. Casamos no início dos anos 60,  nove de janeiro, dia em que na historia do Brasil ficou conhecido como o “ Dia do Fico”.
Na “Jovem Guarda”  enquanto Cely Campeiro tomava “banho de Lua”, Roberto Carlos já mandava “tudo pro inferno” ao trafegar pelas “ curvas da  estrada de Santos”.                                                                                                                                Na moda, além das calças desbotadas surgia a minissaia e os biquínis.
Acompanhamos a revolução dos costumes e a incrível evolução tecnológica nos meios de comunicação.                                                                                                    A Internet e o whatsapp, para os contemporâneos do radinho de pilha, parecem coisa do outro mundo.
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Cinquenta  e nove anos se passaram desde aquela manhã  de janeiro. A cerimônia nupcial foi na Matriz Santo Antônio dos anjos, no  período matutino. Sábado.
A recepção na residência  da noiva, localizada na Rua 15 de novembro (hoje casa onde reside o professor Marega).
A comilança, toda preparada em casa, utilizando-se inclusive as dependências da garagem.                                                                                                                                      Só deram por sua falta horas antes do almoço. Um dos perus, já assados, fora surrupiado durante a noite.
Eu, particularmente fiquei aliviado, grato pela preferência gastronômica dos marginais, melhor levar o Peru do que o Pinto.
A Lua de Mel estava garantida.
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“Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda pião
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração”.

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                                                                                                                                            Viver é como navegar sem bússola. Sobrevivemos graças a Deus, à União da Família e a Fé da Salete.


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A CONVERSÃO DE NERO

Minha esposa Salete faz as suas caminhadas diárias, rezando, ao redor  do jardim da Praça da Matriz Santo Antônio dos Anjos.
Controla o tempo pelas Contas do Rosário. Tal exercício  recebeu de minha filha caçula,  Rosélis,  o apelido de “ rosário  olímpico”.
Após a caminhada, ela entra na  Matriz  e ajoelha-se diante da Capela do Santíssimo Sacramento.
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Nero, nosso cachorro, vivia confinado no quintal. Via a vida passar através das grades do portão, até o dia que resolveu forçar a barra e saiu para umas caminhadas pela redondeza.
Nos primeiros dias daquele ano novo, contrariando seu hábitos  ele entrou na igreja. Logo ele, que nem é “pastor” e tem o nome de NERO, o imperador romano perseguidor de cristãos.
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Sem cerimônia, Nero invadiu o sagrado recinto do templo. Quase tão gordo quanto  o Rabicó, leitão da boneca Emília, seus passos sobre o assoalho de madeira produziam sons que o eco encarregou-se de amplificar.  A intrusão colocou os fiéis na defensiva.
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Diante da Capela do Santíssimo ele parou. Farejou o ar e aproximou-se da devota, ajoelhada, em preces. Era minha esposa que tentou ignorá-lo. Pois o animal solto, acuado, poderia reavivar seus instinto de vira-lata, cão de rua e, quem sabe reagindo com rebeldia.
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___ É o Nero! Disse alguém, reconhecendo-o.
O animal caminhou pela nave, subiu as escadas, abanou o rabo e deitou-se sob o altar-mor.
___ O Nero converteu-se?
Seu estágio contemplativo durou pouco. Ergueu-se e caminhou em direção ao maravilhoso presépio  armado  por dona Zeli.
___ E se Nero resolvesse atacar as ovelhinhas?
___ Ou pior. Se aquele  Nero fosse a reencarnação de Herodes?
___ O Menino Jesus estaria novamente em perigo?
___ Não! A conversão de Nero era verdadeira. Deitado, respeitoso, atento a tudo que acontecia ao redor. Em certos momentos até bocejou, imitando alguns fiéis ao terem que ouvir homilias chatas  e sonolentas.
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Dona Salete saiu de fininho, seguida pelo Nero.
Já na rua, o convertido Nero  sucumbiu  ante as forças da natureza.
Uma graciosa cadelinha ainda com cheiro de pet-shop o levou para o mau ( ou bom) caminho.



Os humanos buscam o Céu. O Nero prefere o CIO...
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QUARENTA ANOS SE PASSARAM


Mário José Remor era o prefeito da Laguna. Minha esposa Salete, de braços dados com a primeira-dama Gerusa foram até  à residência do empresário Santos Guglielme, altos do morro do Iró.
___ O que elas queriam?
___ Um terreno no Mar Grosso para construir a capela de Santa Terezinha. Católico, Santos  Guglielme, imediatamente doou o terreno onde  hoje está edificada a capela.  Construída com apoio dos devotos.
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Um comentário:

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