Blog do Munir Soares

INSÔNIA

Insônia. Coisa de velho, na minha idade a gente perde o sono, e nem se lembra onde o deixou.

São 5 horas. Da praça a minha frente ouve-se o barulho da água, jorrando do chafariz.

Madrugada de uma sexta-feira. Um gato preto caminha, suavemente, sobre o muro do Restaurante e Pizzaria Chedão.. _ Por que um bichano preto ainda suscita em nós, crendices e

superstições?

Herança da Idade Média, ou culpa dos contos de Edgar Alan Poe?

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São 6 horas. O gato subiu no telhado e sumiu.

A cidade, ainda, está deserta. Silenciosa.

Ricardo Amboni (Telha) meu vizinho, proprietário do Restaurante Pardal`s chega da feira trazendo frutas, verduras e legumes, fresquinhos.

Ouve-se o canto de alguns pássaros. Veículos começam a circular.

Laguna boceja e espreguiça-se, sonolenta.

O gato retorna. Sorte, ou mau agouro?

Uma brisa agradável substitui o calor da noite.

Será mais um dia de clima sufocante?

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Os atletas de academia, com trajes apropriados, passam em direção ao ginásio do SESC.

O relógio da Matriz Santo Antônio dos Anjos badala, implacavelmente.

São 7 horas. Nos morros, as aracuãs iniciam sua habitual serenata.

Na cozinha, o cheirinho de café coado é um apelo irresistível.

Hora de trabalhar!

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A cada dia que nasce a esperança se renova.

Jesus falou aos seus discípulos:

“ Amai-vos uns aos outros” e não, armai-vos uns aos outros.

O SORRISO DA GAROUPA

Jairo ( Dae) Chede e Dr. Lúcio, médico, são inseparáveis parceiros de pescaria na Lagoa Santo Antônio dos Anjos. Pescam pelo prazer de pescar.

Naquele dia, porém, apesar da boa pescaria, Chede parecia mal-humorado, carrancudo.

Tudo muito estranho.

Diversas vezes jogou-se ao mar, em longos mergulhos, como se procurasse algo, ou tentasse pegar peixe a unha.

Durante todo o trajeto de volta, não esboçou nenhum sorriso e pouco falou.

O companheiro Lúcio respeitou o silêncio e a carranquice do amigo.

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Alguns dias após a mencionada pescaria, Ivaldo “Nem”, outro dos irmãos Chede pescava, tranquilamente, no cais, ao lado do Mercado Público.

A linha esticou. Pescador tenteou. Peixe fisgou.

Ao embarcar a garoupa, percebeu algo esquisito. Mesmo ferrada, a garoupa “sorria,” exibindo sua nova dentadura,

O pescador ficou mais surpreso ao reconhecer aquela ponte móvel, com incrustações de ouro e platina.

Era a mesma que seu irmão perdera durante a pescaria com o Dr. Lúcio.

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Ao tarrafear, a “ponte” foi junto com o chumbo.

Como a prótese dentária foi parar na boca da garoupa, só Deus sabe, mas como diz a canção, pescaria é como o coração apaixonado, tem razões que a própria razão desconhece.

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Conclusão: “Nem” Chede vendeu seu peixe por um bom dinheiro e ainda devolveu o sorriso ao mano.

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ESPADA DE SÃO JORGE

Durante algum tempo, Edésio e Ivaldo,“Nem” Chede fizeram bico como guia de Turismo Esotérico.

Levavam turistas às mais famosas tendas de Umbanda da cidade. Gente em busca de lenimento para suas almas inquietas.

Aos políticos safados de corpo e espírito ( maioria) eles recomendavam os centros em que, na sessão de descarrego, utilizavam como terapia, uma boa surra de espada de São Jorge, ou de Ogum.

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Fui informado, de que a dupla não atua mais na profissão. Motivo: desrespeito aos trabalhos mediúnicos.

Após o expediente, passavam na encruzilhada, e surrupiavam o Galo de macumba utilizado nos despachos. Foram despachados.

A excursão que levaria políticos lagunenses para o terapêutico “ banho de sal grosso” foi cancelada.

Uma pena, pois alguns deles estão precisando de uma tunda com Espada São Jorge.

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COISAS DA LAGUNA

Bloco Senadinho da Praia - Este ano, por motivos óbvios, os políticos ( com mandatos) que residem no Mar Grosso, ( prefeito e oito vereadores) formarão a Ala de Frente,

O abadá já está a venda.