quarta-feira, 16 de agosto de 2017


                      O PARAISO ...





... E O PECADO





Lama, esgoto e um remédio paliativo. Já vimos este filme.
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Na arca de Noé foi uma pomba branca, que saiu em busca de terra firme. Retornou com o ramo verde, da Esperança.
  Na foto, vemos uma garça branca, talvez um sinal, de que não devemos deixar nossas esperanças enterradas na lama.

“ O ouro afunda no mar, madeira fica por cima/
 Ostra nasce no lodo/ gerando pérola fina”.
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No final da década de 80 quase 50% das docas estava coberta pelo lodo. Lanchas e canoas já ficavam ancoradas no cais, do lado de fora.
Até, que o prefeito Nelson Abraham Netto, no início de 90, conseguiu uma draga e resolveu o problema.
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Na primeira quinzena de agosto o mar não estava prá peixe. Lestada de arrancar toco. Netuno, de porre, mal-humorado, provocou uma ressaca homérica.  Barcos sumiram em alto mar e, aqui, na terrinha, a balsa, depois de atropelar o próprio rebocador, afundando-o, acabou encalhando num banco de areia.
Teria havido “barbeiragem”?  
__ Se continuar assim vai ter que ser “emBALSAmada”...
        Nas praias o mar recuou, mas as ondas subiram. Nas lagoas a maré baixou. Fora de Brasília nunca se viu tanta lama.
O fenômeno serviu para mostrar o grau de assoreamento de nosso sistema lagunar.
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 ELE VOLTOU, E AGORA PARA FICAR.
    Cognominado Santo Antônio Pequeninho, atualmente, a imagem barroca mais  valiosa da Matriz de Santo Antônio dos Anjos, totalmente restaurada deverá ficar em local seguro.
Seus dias de peregrinação pelas  capelas acabaram.
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A obra de restauração ficou a cargo de João Rodrigues Junior. Ele mesmo, o tenor, artista plástico, escultor e restaurador Joãozinho que, dizem, nasceu no Beco da Lua, num cantinho do céu.

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                    UM PATO NO LAGO DOS CISNES


Naqueles dias Nivaldo Mattos ( in memorian) comandava o Departamento de Turismo da Prefeitura da Laguna. Pessoa totalmente voltada para a cultura, principalmente, artes cênicas.
Volta e meia, em sua teimosia cultural, ele tentava fazer Laguna reviver os velhos tempos, quando era considerada o  berço da cultura do sul do estado.
Programou alguns bons espetáculos para sua terra.
Nivaldo era inteligente, culto, irreverente e imprevisível.
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Certa manhã, Nivaldo procurou o proprietário do Restaurante “Pardhal`s,” pedindo uma colaboração, almoço para umas dez pessoas. Dançarinos de balé, que estavam  em nossa cidade, apresentando um único espetáculo.
       Ricardo Amboni, o dono, disposto a dar sua parcela de  contribuição à arte, pensou um pouco, e concordou.
      Afinal de contas, essa gente do balé  é toda fininha, cintura de boneca Barbie, pessoal elegante, vivendo eterna luta contra o peso. Segurando uma barra em puxados exercícios para manter a silhueta.
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No pensamento do Ricardo Pardal, aquelas criaturinhas esvoaçantes, tipo Fada Sininho não eram de comer muito. Talvez fossem, até, vegetarianas.
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Chegou o grande dia. Aline, a esposa, pessoalmente,   preparou uma salada bem ecológica, verduras e hortaliças purinhas, sem agrotóxicos.
Tudo a espera das esguias criaturas.
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Meio dia, no relógio da Matriz. O pano subiu, e eles entraram em cena.
Ricardo pensou tratar-se de um outro grupo. Eles pareciam jogadores de futebol americano. Físicos de gladiadores romanos.
 




      Do meio deles surge a figura de Nivaldo.


__ Este é o grupo de que te falei, pessoal de vanguarda, adeptos da dança cósmica, força aliada à graça dos movimentos clássicos.
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Ricardo não tirava os olhos das caixas torácicas, e do abdômen daquelas criaturas. Só homens.
Naquele dia os artistas comeram, e o Ricardo dançou...
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Enquanto os garçons rodopiavam ao redor das mesas no ritmo daqueles vorazes apetites, as cozinheiras botavam fogo nas canelas para  refazer o estoque de comidas.
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Uma das peças clássicas  do balé chama-se Lago dos Cisnes.
Naquele dia eles pregaram outra peça e o Pardal pagou o pato.
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                                       O BAURU





Qual teria sido a principal batalha naval travada em solo lagunense?
___ A da frota imperial contra as forças garibaldinas que manchou de sangue o canal da barra?
__ Não. Elegemos a façanha do “BAURU” como protagonista da principal façanha bélica da Laguna.
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Foi lá pelos anos 60 que o contratorpedeiro Bauru entrou pela barra da Laguna.                                          Viagem de instrução para alunos do Colégio Militar e de Escolas Aprendizes Marinheiros.
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A população feminina ao saber da presença deles a bordo ficou ouriçada. A farda exercia um certo fascínio sobre as mulheres, mexendo com a cabeça de coroas e adolescentes.
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Os jovens marujos, fazendo jus ao nome do barco desembarcaram com apetite de fazer inveja a um garanhão premiado.
       Durante vários dias a marujada, literalmente, deitou e rolou. Ocupou todas as posições, ora protegendo as costas, ora manejando o ferro de proa.
Parecia que toda garota da cidade fisgara o seu marinheiro.
A entrada no cinema parecia um desfile militar. Até alguns “canhões”, há muito na reserva, tiveram a oportunidade de “entrar em combate”.
        O lema da turma era mesmo “ faça amor, não faça a guerra”.
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Após vários dias de manobras, finalmente chegara a hora da partida.
No caís, lenços agitados, olhos lacrimejando.
___ Soltem as amarras. O Bauru se faz ao largo.
___ Ouve-se um apito. Içam-se as bandeiras.
___ Que bandeiras estranhas...

Não eram bandeiras, eram calcinhas. Calcinhas de vários formatos, cores e tamanhos.



       O pessoal fizera amor, a todo vapor.

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Na despedida, a marujada fizera questão de mostrar os troféus conquistados naquela inesquecível batalha naval, digo, sexual.
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O Bauru retornou a Laguna em outra oportunidade, mas aí, foi tratado como um barco comum. Havia perdido o charme.
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