A MENSAGEM
Um mar de gente. Quanta esperança no
olhar.
Em sua mensagem telepática o santo
parecia dizer:
O Brasil não é mais
um gigante adormecido e seu povo, varonil, haverá de agir com clava forte para afastar, definitivamente os saqueadores
dos cofres públicos, os usurpadores da honra nacional.
O sol da liberdade há
de raiar novamente, a iluminar a esperança de um povo que deseja apenas, voltar
a ser feliz.
Temos que fazer a nossa parte!
=====================================
O FORTE APACHE
Uma fortificação de pau a pique, na
descida do Morro da Nalha, intrigou a todos que por ali passavam.
Línguas de trapo, fofoqueiros e
maledicentes trataram de injetar venenos, através das redes sociais.
___ Finalmente, a primeira obra do
Governo de Mauro Candemil, que deveria
ser inaugurada durante as festividades do nosso padroeiro. Governador e vice
Governador já teriam confirmado presença.
======
A realidade é outra.
O clima é de farwest, embora não se saiba quem é o bandido, e quem é o mocinho.
Guerreiros sob o comando do cacique Nuvem Vermelha (Tono Laureano),
invadiram o forte defendido pelo Intrépido General Jonatam ( Obras) e sequestraram todas as máquinas, sob a alegação de que os
bens pertenciam aos seus antepassados.
====
Não desejando ser apanhado de
surpresa, novamente, o General reforçou a cavalaria e mandou construir um novo
portão para o forte.
=====
O próprio cacique Tono, montado em
seu cavalo de ferro (trator), rebocou o tal portão, e o deixou abandonado no Morro da Nalha.
Sinais de fumaça transmitem a
seguinte mensagem:
Duelo de Macho. (Tono versus Valdomiro). Briga por espaço no
Paço Municipal.
=======
O Grande Chefe branco reuniu o
Conselho. O Pajé Noel será o encarregado de assinar um
Tratado de Paz.
Se Cacique Tono Pena
Vermelha e o General Jonatam não fumarem o cachimbo da paz, o Grande Chefe vai
botar seu tacape pra funcionar.
O REBELDE
Vereadora Nádia Lima apresentou projeto, disciplinando o uso de fogos
com estampidos muito fortes.
Os cães sofrem muito com esses
decibéis pirotécnicos.
O tema é polêmico. Está em discussão
na Câmara de Laguna.
=====
O que ninguém esperava era que um
cachorro liderasse um movimento contra o projeto.
O líder de oposição é o conhecido cão “ Branquinho” frequentador
assíduo das igrejas da Paróquia Santo Antônio dos Anjos.
Elvis Palma, com faro de repórter,
seguiu todos os passos do “Branquinho,” durante a trasladação da imagem do padroeiro, sob intenso foguetório.
Às vezes, quando o tiroteio vinha de
todos os lados, “Branquinho” buscava abrigo sob o carrinho do andor, retornando
em seguida ao seu posto, na vanguarda do cortejo religioso.
==========================================
GENTE DE NOSSA TERRA
Na foto, mãe filho, já
falecidos. Dona Fany Schiefler Lopes participava de todos os
acontecimentos da cidade desfiles cívicos ou de carnaval. Lanches beneficentes,
baile, bingos, peças teatrais e recitais.
Luiz Eduardo – o Piston, funcionário da Caixa Econômica Federal, bom
papo, alegre, participativo nas diretorias de clubes e nas competições
esportivas da Caixa.
=============
Relembrarei aqui, duas crônicas em
que ambos foram protagonistas.
A DAMA E O XALE
A centenária Associação das Damas de
Caridade, de Laguna, semanalmente, reúne sua diretoria para fazer a tradicional
distribuição de alimentos e agasalhos às famílias carentes, cadastradas naquela
organização.
=======
Naquela semana, as “meninas” ( dona
Continha, Norma, Laíla,Miriam, Vera,Mirtes, Salete do Gonçalo, Salete do Munir,
Rita e dona FANY) chegaram cedo à sede
da Associação.
Tinham muito trabalho pela frente, além
de agasalhos e alimentos doariam, também, cobertores. Pacotes e embrulhos já
haviam sido preparados, no dia anterior.
==========
A movimentação era intensa:
organização de filas, identificação da clientela e a entrega dos donativos.
Pacote pra cá, embrulho pra lá, tudo
feito com a alegria que brota das ações
solidárias.
Além do calor humano, a temperatura
do ambiente, também, foi subindo.
As “ damas”, encaloradas, foram
tirando casacos, blusas e arregaçando
mangas ( literalmente).
======
Em meio a toda aquela animação, dona
Fany pergunta?
___ Alguém viu o meu xale?
___ Eu vi, estava sobre a mesa, ao
lado dos cobertores.
Não estava mais.
Por alguns instantes tudo foi
paralisado. Era preciso encontrar o xale da dona Fany.
Vasculharam todos os cantos,
inutilmente. De mãos dadas, rezaram o responso de Santo Antônio.
==========
Desanimada, dona Fany foi até à janela,
tomar um ar, e viu o xale nos ombros de uma velhinha. Ela estava feliz. Alguém,
por engano, incluíra o xale no rol de roupas para doação.
Não era a primeira vez, em outra
ocasião as “damas”, no afã de atender a todos, quase acabaram doando o casaco
da Presidente.
======
O xale era, realmente, uma peça
lindíssima, com longas e artísticas franjas coloridas.
Fany não se conformava.
___ Meu xale de estimação, comprado
na Espanha, presente de minha filha Mariângela. Vou buscá-lo.
A velhinha já desfilava entre as colegas, com trejeitos de dançarina
espanhola, queria ficar com o presente.
___ Dona Fany, estou tão quentinha, a
senhora não vai fazer isto comigo...
=======
A Salete do Gonçalo tentou negociar,
oferecendo em troca, um casaco de astracã, coisa fina que o marido lhe comprara
no tempo do Magazine Hoepcke.
A mulher recusou, cada vez mais
enrolada no xale.
=======
Alguém lembrou-se de um casacão com gola de pele, que uma dama
da sociedade florianopolitana havia doado, recentemente.
___ Irresistível.
A velhinha atirou o xale nos braços
da Fany e saiu, toda faceira, dentro daquele casacão de grife...
==========================================
O CURIÓ E A PERIQUITA
Eduardo Luiz, o Piston ganhou de um
parente, um Curió, ainda jovem.
Junto com o pássaro veio uma fita de
vídeo, mostrando o dia-a-dia de uma família
de Curiós
Na fita de áudio, 60 minutos do mais
puro canto dos ancestrais do passarinho.
Anexo, um livro com instruções.
O pássaro deveria ficar num local com
proteção acústica. Isolamento total, pois o treinamento vocal do jovem Curió
não poderia, em hipótese alguma, ser
influenciado pelo canto de outros pássaros.
=========
No começo, Piston seguiu o treinamento
de acordo com o figurino.
Ligava a fita de vídeo, e o áudio,
para que o Curió ouvisse o canto, e acompanhasse o comportamento de sua
família.
Porém, paciência tem limites, a profissão de professor de canto de ave
canora não durou muito tempo .
Era muita mão de obra.
=========
Raquel, a esposa, que ficara sem
poder escutar música, tinha que abaixar o som da TV e andar na ponta dos pés,
para evitar traumas ao bichinho, já olhava para o Curió com ares de gata faminta.
Está na hora de dar um jeito no
passarinho, sem melindrar o parente que lhes trouxera o presente.
==========
Num jantar beneficente, ao passar por
uma das mesas do clube, ouviu o que uma senhora falava: ... a pior coisa do
mundo é ter em casa um passarinho que só dobra.
Raquel nem poderia imaginar que a
fulana referia-se ao próprio marido.
========
Ao chegar em casa, supersticiosa,
pensou numa maneira de fechar a boca do
Curió, sem atentar contra sua integridade pública.
Semanas depois, na feira, ela teria comprado uma periquita, dessas bem
verde e amarela.
Colocou-a numa gaiola, bem defronte
ao Curió, que ficou gamado. Amor à primeira vista.
O curió desligou-se dos vídeos, e até ensaiou
um suave corrupaco...
Moral da história:
Diante de uma bela periquita, nenhum passarinho “ dobra”...
========================================
Nenhum comentário:
Postar um comentário