OS BOTOS DO PONTAL
Em 1963, em
sua segunda edição, a Antologia
Ilustrada do Folclore Brasileiro publicava uma crônica do professor lagunense
José Areão sobre a pesca com os botos nos molhes da barra.
O fenômeno acontece em vários
pontos do complexo lagunar: Ponta das Pedras, Areal, proximidades da Delegacia
da Capitania dos Portos e Foz do Rio Tubarão, porém, é no Pontal, no canal da
barra, que a pescaria ganha charme,
poesia e enriquece o folclore da santa terrinha.
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E, quando alguma mãe solteira dava luz a
uma criança, a paternidade era, sempre, atribuída ao Boto Encantado.
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Nelson foi
um dos grandes tarrafeadores do Pontal. Herdeiro do mestre Tido.
Naquela
manhã de outono, Nelson chegou tarde, ficou na espera, atrás da turma da vez, isto é, daqueles pescadores que tinham o
direito de arremessar primeiro.
Enquanto o pescador da vez, ainda
recolhia sua tarrafa, Nelson arremessou por cima dele.
Tarrafeou o boto, que o arrastou
para o fundo do canal.
Nelson
submergiu duas vezes, mas, jovem e forte, conseguiu desvencilhar-se da fieira,
presa ao pulso. Um enorme susto.
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Após o
incidente, alguns pescadores passaram a usar pulseira de borracha no pulso,
para amarrar a fieira.
E, o boto?
Uma semana
depois já estava “trabalhando” no Pontal.
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FAMA ATÉ
DEBAIXO D`ÁGUA.
Este ano,
uma multidão compareceu aos Molhes da Barra para assistir a pesca da tainha com
auxílio dos botos.
Congestionamento
recorde de veículos, tanto na estrada do molhe norte como nos locais
circunvizinhos. Carro pra todo lado.
O que teria ajudado a despertar o interesse
de tanta gente?
Sem dúvida
nenhuma, as fotos do Elvis Palma difundidas pelas Redes Sociais.
Seu vídeo
sobre a pesca com os botos alcançou a incrível marca de 500 mil visualizações.
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Contaram-me
que, no domingo, dois botos jovens nadaram até próximo da praia. Abriram uma
faixa onde se lia:
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PERERECANDO,
DE NOVO.
No “Reino
das Pererecas” as meninas continuam sendo prestigiadas. Neste início do mês de
Maio, cerca de nove mulheres foram nomeadas para Cargos em Comissão (DO. 2244).
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SAÚDE NA UTI
O Conselho Municipal de Saúde, de Laguna,
continua sem aprovar as contas da Secretaria Municipal de Saúde, dos anos
anteriores. Dizem, que no primeiro quadrimestre
de 2.017, a coisa continua devagar, quase parando... Como última alternativa, alguém sugeriu uma
contratação ousada, a CUCA.
Pelo que dizem os entendidos, somente
uma poção mágica será capaz de restabelecer a Saúde Financeira daquela pasta.
ABRACADABRA!
LAGUNA e as
datas festivas do mês de maio.
Banda “União
dos Artistas” - 1.860.
Sociedade
Recreativa 3 de maio - Ano de fundação:
1.907.
Colégio
Stella Maris ( Colégio das Irmãs) –
1.911.
Instituições
que venceram a barreira do tempo, e
continuam, vivas e saudáveis, merecendo da comunidade lagunense, respeito e
admiração.
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LAGUNA, SUA HISTÓRIA, SUA GENTE.
A TURMA DO
REMO
Na década de
30, Laguna possuía dois excelentes clubes náuticos, o “Lauro Carneiro” e o “Almirante Lamego”.
Suas equipes
fizeram história, inclusive participando de competições internacionais.
As
guarnições dos barcos eram constituídas por jovens atletas da sociedade
lagunense da época: Remor, Amboni,Cabral,Pinho, Carneiro, Alcântara, Queiroz e
tantos outros.
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João
Queiroz, de respeitável família do bairro Magalhães, trabalhou na firma “
Cabral & Irmão” durante 59 anos e, até no esporte, Queiroz que era um
grande remador, fazia parte da guarnição de remadores que tinha o Carlinhos
Cabral, como “patrão” (timoneiro).
Ambos
passaram a maior parte de suas vidas “remando juntos”.
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Feito o
preâmbulo acima, passemos aos “fatos” que, possivelmente, não constam dos anais
dos referidos clubes de regatas.
Para comemorar a vitória na temporada,
os rapazes do “Lauro Carneiro” teriam organizado um baile na Sociedade
Recreativa Ideal, do bairro Magalhães.
A “Turma do
Remo” acreditava que aquele encontro dançante iria marcar época.
Finalmente, chega a grande noite. Casa
cheia. As jovens pareciam excitadas na
expectativa de dançar uma “marca” com um
daqueles atletas, espadaúdos e bronzeados.
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O mar
agitou-se quando ela entrou. Soberana, atravessou a pista de dança sem olhar para ninguém, como quem sabe que
está agradando.
No semblante
das outras moças, um sinal de desdém invejoso.
Ela era a
Jandira, mais conhecida como a “Galega do Abílio”. Paixão de todo adolescente
do bairro. Boazuda, esnobava a piazada, preferia “homens feitos”, diziam.
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A “Turma do
remo” logo percebeu que a Jandira era mais um troféu a ser conquistado.
Um dança com
Jandira passou a ser disputada pelos atletas do “Lauro Carneiro” e do
“Almirante Lamego”. A noite toda.
Após os primeiros passos e alguns minutos
de silêncio, o rapaz apresentava-se:
___Sou da
turma da regata!
___ Percebi,
respondia a moça, já senti o remo...
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E assim,
durante quase toda a noite, a Galega do Abílio disputou todos os páreos e os
remadores foram unânimes em dizer que em
matéria de manejar remo, sem fugir da raia, ela merecia o ouro olímpico, de
popa à proa.
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Lá pelas
quatro horas da madrugada, Dodô animou-se. Queria bailar com a Jandira.
Dodô,
aposentado, fora patrão (timoneiro) da guarnição bicampeã pelo “Lauro
Carneiro”.
O “patrão”,
responsável pelo ritmo das remadas é sempre uma pessoa do tipo mignon, baixa
estatura e pouco peso.
Dodô, com
aval da Turma do remo, aboletou-se entre
os braços da galega. Tentou manter o mesmo ritmo dos companheiros de equipe.
A garota
logo sentiu a falta do remo. Tentou manobrar o “timão”, inutilmente.
Dodô, patrão sem remo e sem timão só iria
funcionar, com motor de popa.
Ao perceber o esforço do Dodô para
não decepcionar, Jandira, preocupada, o devolveu a sua equipe, dizendo:
___Leve-o
antes que ele saia daqui num “SKIFF”...
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E assim,
teria terminado mais um capítulo da história dos clubes de Regatas na Laguna.
Ficção ou
realidade, pouco importa, pois a verdade é que aproveitamos a história para
relembrar a existência de nossos Clubes de Regatas “Lauro Carneiro” e
“Almirante Lamego”.
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Pai querido, as histórias do boto sedutor que nas noites de lua cheia se transforma num belo homem vestido de branco e seduz as mulheres é uma das lendas mais conhecidas na Amazônia. Muita gravidez "não prevista" lhe é atribuída. Nao sabia que a lenda tinha navegado por tantas águas tão vastamente dispersas..... O pianista e compositor paraense Waldemar Henrique, exaltou o folclore amazônico com belíssimas canções sobre lendas Amazônicas. Uma delas se chama "Foi boto, Sinhô!" , que dispensa explicações. Segue aqui um link da música, entre outras do compositor.
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