NARCISISMO
___ Diga, espelho
meu, existe na natureza ave mais bonita do que eu?
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N0 REINO DAS PERERECAS
A “Semana
Cultural” com uma programação bem variada e sempre, como convem a um evento
cultural, provocando debates e polêmicas.
A ausência de
público, um fato que vem ocorrendo há alguns anos. Acho que o povão ficou mal
acostumado. Depois da encenação da “ Tomada da Laguna”, um espetáculo grandioso,
o pessoal ficou mais exigente.
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Eram 22 horas e
quinze minutos quando os seresteiros chegaram a nossa rua, no centro histórico.
João Rodrigues,
Coral Sto.Antônio e numeroso cortejo pararam diante de nossas casas. Janelas se
iluminaram, as pessoas sorriram e até cantaram ao som de um plangente violão.
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Coisa simples,
barata e singela desperta sentimentos, aparentemente adormecidos: o romantismo,
o trovador e a donzela.
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UM BAIRRO E SUAS HISTÓRIAS.
O arrabalde de Campo
de Fora era composto pela Rua Almirante Lamego, e algumas ruas transversais.
Começava na Pedreira, e seguia até as fraldas do Morro da Caieira.
Nos seus áureos tempos funcionavam três Sociedades
Recreativas, Anita Garibaldi, Sete de
setembro e 14 de Julho. O
“Anita” era frequentado pela elite do bairro, e por sócios do Blondin,
Congresso e 3 de Maio.
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Nas décadas de 40/50, morada de famílias importantes como
Silveira, Oliveira, Fortes, Pacheco, o bairro respirava progresso. Júlio
Marcondes de OIiveira, chefe do Serviço de Contenção de Dunas (órgão federal)
era, também, o patrono do Flamengo Futebol Clube, rival do Barriga Verde. Com o
início do profissionalismo na terrinha, dr. Hindenburg Moreira, pai do atual
governador do estado, ajudava a financiar as contratações.
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Na Rua Almirante Lamego tudo
era rubro negro, desde a oficina do Mimo até à residência do Barrica, no
final do bairro. Na semana que antecedia o clássico Flamengo x Barriga Verde,
no bairro, identificar-se como torcedor
“periquito” era afrontar a maioria, atitude sujeita à represália. Maria Emília, irmã do Pepinha, comandava a torcida rubro-negra.
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Em 1876, a Câmara Municipal, por sugestão do juiz Gurgel do
Amaral, mandou construir o chafariz, local que ficou conhecido como a
“carioquinha do Campo de Fora”. Ficava ao lado do Clube “Anita,” e quase
defronte à oficina “FON-FON”.
Era,
naquela fonte, que a população do arrabalde se reabastecia de água potável, e
cabia aos filhos garantir o reabastecimento.
No
final da tarde era uma fila de rapazes, carregando todo tipo de vasilhame,
buscando água na carioquinha. As vasilhas de plástico, ainda, não haviam sido
inventadas.
Entre
os integrantes daquela “maratona” diária estariam, Ronaldo Calazans, Atanásio
Silveira, Chico do Antônio Amandio, Paulo José Pacheco e, também, o Edésio. E,
lá iam eles, pelo meio da rua, cantando:
Eu fui no tororó beber água não achei/
encontrei linda morena que no tororó deixei...”
Paulo,
para economizar viagens (família numerosa) utilizava uma lata de banha (mais de
20 litros). A alça havia sido soldada na Ferraria do “seo” Tonico Fortes, rei
Momo nas horas vagas.
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O
incidente daquela tarde marcou a todos. Quando Paulo levantou a lata, cheia
d`água, a alça escapou, e a lata caiu de quina sobre o pé do Chico, decepando
um dos dedos.
Não
se falava em implantes ou reimplantes. Alguém colocou uma compressa com borra
de café para estancar o sangue. No carro do “seo” Willi Strack o mutilado foi
levado ao hospital.
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E, o dedo?
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Uns dizem, que foi entregue aos cães.
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Outros afirmam, que o dedão teve um enterro decente. Edésio, o mais religioso
da turma teria feito a “encomendação do corpo” decepado. Ronaldo Calazans atuou
como sacristão.
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Há, no entanto, quem diga que o dedo foi jogado na antiga lagoa do lixo
existente nas imediações.
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Já que a maioria dos protagonistas ainda vive, na terrinha, é o caso de
perguntar:
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Onde foi que vocês enfiaram o dedo???
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“Naquele bairro
afastado onde em criança vivias/a remoer melodias/de uma ternura sem par/
passava todas as tardes/ um realejo risonho/passava como num sonho/um realejo a
cantar...”. Ficou a saudade...
A VERBA E A
DOCUMENTAÇÃO
Maestro
Deroci foi à Câmara pedir ajuda para compra de uniformes.
Dizem as
autoridades, que a verba existe, e será repassada assim que as duas Centenárias
Bandas de Música apresentem a documentação exigida.
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Radialista
Batista Cruz, ampliou a notícia: __Sem dinheiro,
a Banda, no Dia da Pátria poderá desfilar só de camisa...
---- Com as
trombetas de fora?
__ Não é o
que eles querem. Ver os “documentos”?
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